Mundo

Jair Bolsonaro diz que alegada missão divina de governar o Brasil não acabou

None

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro disse que a missão de assumir o comando do país que alegadamente Deus lhe confiou ainda não terminou, na primeira declaração a esse respeito desde que foi derrotado pelo Presidente Lula da Silva.

"Foi uma experiência que eu entendo como uma missão e se Ele [Deus] entende assim, acho que essa missão ainda não acabou", afirmou Bolsonaro durante um discurso numa igreja evangélica em Orlando, nos Estados Unidos da América.

"Ele sabe a hora certa para tudo", acrescentou, recebendo imediatamente um "amén" dos presentes.

Jair Bolsonaro também contou durante o seu discurso na Igreja de Nueva Esperanza, que enquanto era Presidente terá perguntado a Deus qual teria sido o seu alegado pecado por estar exercendo um cargo que só lhe causava problemas, numa série de vídeos publicados pelo portal Metrópoles.

"Às vezes você não lembra que eu tinha mulher. É verdade. Você chega em casa e ela está dormindo ou quando ela saiu quem dormia era eu", lembrou em relação a Michelle Bolsonaro, no Brasil desde o final de janeiro e já a trabalhar para o Partido Liberal (PL).

Bolsonaro também aproveitou para protestar contra o salário que recebeu enquanto era Presidente do Brasil, afirmando que ninguém conquista o cargo para ser recompensado financeiramente. "Alguém sabe quanto era meu salário em dezembro do ano passado? 33 mil reais, são 6.000 dólares. Vale a pena?", questionou.

O ex-presidente brasileiro também criticou as pressões que terá recebido de vários partidos políticos que queriam ocupar um ministério - "sempre foi assim no Brasil e agora é" - e de novo no Governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

"Montar ministério não é (...) 'eu te amo'. Primeiro tem que ver se a pessoa é qualificada. Ver se ele aceita porque ser ministro não compensa tanto em questão de salário (...) Se comparares os meus ministros com os que me precederam e os que estão neste momento, a diferença é enorme", apontou Bolsonaro.

Enquanto Jair Bolsonaro prolonga a permanência nos Estados Unidos sem data prevista para o seu retorno ao Brasil, as investigações contra si continuam por diversos motivos, alguns relacionados com os seus ataques às instituições e ao sistema eleitoral, sobre os quais semeava dúvidas mesmo quando venceu em 2018.

Antes de seu retorno o ex-presidente brasileiro deverá participar em Washington ao lado do ex-presidente Donald Trump na Conferência Anual de Ação Política Conservadora (CPAC), que acontecerá entre 01 e 04 de março.