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Explosão no Mali mata três capacetes azuis da missão de paz da ONU

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Três capacetes azuis da missão de paz da ONU no Mali morreram hoje no centro do país africano quando uma bomba explodiu à passagem do comboio de veículos em que os soldados se deslocavam, anunciaram as Nações Unidas.

Segundo uma mensagem divulgada pela Missão de Estabilização da ONU no Mali (Minusma) na rede social Twitter, que cita informações preliminares avançadas no local, outros cinco membros da missão ficaram feridos.

A Minusma é a missão de paz da ONU que regista mais mortes, com um saldo de 281 soldados mortos desde o seu lançamento, em 2013, segundo o balanço disponibilizado na sua página de Internet.

Em junho de 2022, a Minusma contava com 17.557 pessoas, 13.289 das quais eram militares.

O Mali, país africano da região do Sahel que é governado por uma junta militar, após dois golpes de Estado, e está mergulhado numa grave crise de segurança - com grupos terroristas a operar no seu território -, tem limitado cada vez mais a capacidade de operação da Minusma.

O último desentendimento com a missão aconteceu no início deste mês, quando a junta militar declarou o representante do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos 'persona non grata' por ignorar a versão do Governo sobre a situação dos direitos humanos no país.

A decisão foi mantida pelas autoridades apesar de o Alto-Comissariado ter pedido para a ordem de expulsão ser reavaliada e de o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, ter avisado que o estatuto de 'persona non grata' não é aplicável a pessoal da ONU.

"Lamento profundamente a decisão das autoridades do Mali de declarar o meu representante, Guillaume Ngefa, como persona 'non grata' e ordenar que deixe o país em 48 horas", afirmou na altura o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk.

A reação mais forte foi do Governo de França, que exortou as autoridades do país africano a respeitarem o mandato da missão internacional de forma "abrangente", realçando que isso inclui o controlo do respeito pelos direitos humanos.

O país também tem virado cada vez mais as costas à União Europeia, sobretudo à França que, no passado, retirou a ajuda militar que combatia os grupos terroristas depois de quase uma década de intervenção.