Comunidades Madeira

Secretário de Estado das Comunidades "muito satisfeito" com desbloqueio de voos de Caracas

Paulo Cafôfo critica quem quis tirar proveito político da demora em operacionalizar o voo

Foto ANTÓNIO COTRIM/LUSA
Foto ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Na sequência da autorização do voo não regular directo entre Caracas e Funchal  por partes das autoridades venezuelanas, e que será comercializado e operado pela companhia euroAtlantic, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas disse estar "muito satisfeito" com o desbloqueio desta operação.

Ligação directa Funchal-Caracas finalmente autorizada

Voo não regular já pode ser comercializado e é operado pela euroAtlantic

De visita aos Estados Unidos da América onde acompanha a visita do Presidente da República às comunidades emigradas, Paulo Cafôfo disse à TSF que "as autoridades venezuelanas, através do Instituto Nacional de Aeronáutica Civil, autorizaram ontem a companhia aérea portuguesa euroAtlantic a realizar voos entre Caracas e Funchal", disse. "Estou muito satisfeito, mas acima de tudo muito contente por a comunidade portuguesa e que, maioritariamente, como sabemos, é originária da Madeira, possa ter aqui uma alternativa de ligação entre a terra que escolheram viver e a sua terra de coração".

Relembrando que a TAP retomou há poucos meses a ligação directa entre Caracas e Lisboa, com esta nova possibilidade, agora directa, "vem fomentar a ligação desta comunidade portuguesa com o nosso país e, particularmente, com a nossa Região".

Embora satisfeito, Paulo Cafôfo reconheceu que "foi um processo complexo, demorado", aproveitando para elogiar as autoridades que possibilitaram este desfecho e à companhia pelo "rasgo", pois "tem aqui uma oportunidade de negócio", embora "para nós seja visto na perspectiva de serviço à comunidade", não deixou de criticar quem quis tirar proveito político da demora em operacionalizar o voo e ultrapassar as dificuldades surgidas no processo.

Cafôfo disse: "Eu, como secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, estarei sempre ao lado das soluções para estes portugueses e estas portuguesas, trabalhando e empenhando-me para que seja possível que tenham, na Venezuela, uma vida melhor e possam, também, ter a satisfação nesta ligação à Região, e quando quiserem, de uma forma mais facilitada, virem à sua terra natal. Não estou aqui para ter atitudes que têm mais a haver com interesses político-partidárias. Estou empenhado em que haja responsabilidade e essa eu assumo-a. Espero também que outros actores políticos possam também assumir essa responsabilidade e serem parte das soluções e não criarem problemas que só prejudicam a nossa comunidade."

E concluiu, apelando à união, a bem da comunidade. "Temos todos de estar unidos pela nossa comunidade", apontou. "Para quem já visitou a Venezuela, percebe é o que marca a nossa comunidade, unida e muito solidária. Essa é a atitude que os líderes e responsáveis políticos também têm de seguir, porque já basta que, nos últimos anos, tantas dificuldades tenham feito com que tantos dos nossos tenham sofrido muito. A nossa postura tem de ser de pró-actividade, de união e coesão para bem destes portugueses e portuguesas e que, de uma forma extraordinária, já ajudaram tanto a Madeira e, agora, é a nossa vez de os ajudar", terminou.