A Guerra Mundo

Exército ucraniano anuncia retirada das suas forças de Lisichansk

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A Ucrânia anunciou hoje a retirada das suas forças da cidade de Lisichansk, o último reduto de Kiev na região oriental de Lugansk, pouco depois de Moscovo anunciar a ocupação daquela localidade.

"Depois de intensos combates por Lisichansk, as Forças Armadas da Ucrânia viram-se obrigadas a retirarem-se das suas posições e linhas ocupadas", afirmou hoje o Estado Maior das Forças Armadas, na sua conta na rede social Facebook.

Segundo o comunicado, a continuação dos combates pela defesa da cidade teria "consequências fatais", face à vincada superioridade das forças ocupantes, quer em termos de artilharia, meios aéreos, sistemas de lançamento de mísseis, munições e pessoal.

"Para preservar a vida dos defensores ucranianos, tomou-se a decisão de se retirarem", acrescentou.

A "vontade e o patriotismo não são suficientes para o êxito" no combate com o exército russo, sendo necessários "recursos materiais e técnicos", realçou o Estado Maior das Forças Armadas, num apelo indireto ao Ocidente para acelerar o fornecimento de armas a Kiev.

Numa conferência de imprensa com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tinha recusado a ideia de que Lisichansk estava sob controlo russo, assegurando que os combates continuavam na periferia da cidade, já depois de Moscovo ter anunciado hoje a captura da cidade.

No entanto, na mesma declaração, Zelensky admitia que havia sérios riscos de a região de Lugansk ficar completamente controlada por forças russas e que Lisichansk era o "ponto fraco" da defesa ucraniana.

Ao ocupar Lisichansk, na zona leste da Ucrânia, o Kremlin passa a controlar toda a região do Lugansk, prevendo-se um intensificar de combates junto das cidades de Sloviansk e Kramatorsk, duas importantes localidades controladas pela Ucrânia na zona industrial do Donbass (leste ucraniano).

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou igualmente a fuga de mais de 16 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para os países vizinhos -, de acordo com os dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).