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Zelensky pede mais defesa aérea que permita "escala de protecção diferente"

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, instou hoje os aliados a enviarem para a Ucrânia mais sistemas modernos de defesa aérea, que permitam conter os ataques russos, apontando para a necessidade de uma "escala de proteção completamente diferente".

"Os representantes do nosso Estado ainda não pararam de trabalhar um único dia para obter um sistema de defesa aérea eficaz", sublinhou o chefe de Estado ucraniano no seu discurso de vídeo noturno, divulgado na rede social Telegram.

Volodymyr Zelensky apontou que existem "determinados acordos" com os aliados, que permitem "um certo sucesso" para "destruir parte dos mísseis" russos.

"Mas é necessária uma velocidade e uma escala de proteção completamente diferentes", alertou.

Zelensky elogiou novamente os sistemas de artilharia de precisão norte-americanos Himars, referindo que o nome se tornou "quase nativo" da população ucraniana como Javelin ou NLAW [Nova Geração de Armas Leves Antitanque].

"E é óbvio que o próximo nome igualmente importante aparecerá nos modernos sistemas de defesa aérea, que estamos a solicitar aos parceiros", referiu o Presidente ucraniano.

Para o governante, a derrota da Rússia será "uma vitória conjunta das nações ucranianas e norte-americanas".

Os Estados Unidos vão fornecer mais quatro sistemas de artilharia de precisão Himars à Ucrânia, que segundo Kiev têm sido fundamentais no combate à invasão russa, revelou esta quarta-feira o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin.

Os norte-americanos vão também enviar munições GMLRS adicionais, que podem atingir alvos a até 80 quilómetros de distância.

Na terça-feira, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, pediu ao Ocidente que forneça urgentemente mais sistemas de artilharia de precisão, estimando que a Ucrânia precise de "pelo menos 100" Himars para uma contraofensiva eficaz.

Reznikov também pediu a entrega de sistemas com maior alcance - entre 100 e 150 quilómetros - para afastar as tropas russas do seu sistema de apoio.

Segundo o governo de Kiev, e através da utilização dos lança-foguetes norte-americanos HIMARS e MS270, e de obuses M77, o Exército ucraniano conseguiu destruir numerosos arsenais na retaguarda russa, com o consequente impacto na logística do contingente militar adversário.

Questionado esta quarta-feira sobre munições de longo alcance, Lloyd Austin defendeu que o que Kiev possui atualmente dá "muita capacidade".

A administração do Presidente Joe Biden tem recusado até agora a fornecer este tipo de armas, por temer que a Ucrânia pudesse usá-las para atingir alvos dentro do território russo, o que potencialmente pode levar os países ocidentais a um confronto direto com Moscovo.

Na terça-feira o governo francês referiu que os seis canhões Caesar adicionais prometidos pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, em meados de junho, estão a caminho da Ucrânia.

Até agora, já foram entregues 12 destes canhões Caesar e seis outros estão agora a caminho da Ucrânia, disse Colonna perante o Comité de Relações Exteriores, Defesa e Forças Armadas do Senado em Paris.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, Paris entregou a Kiev, além de canhões Caesar, mísseis antitanque Milan e mísseis antiaéreos Mistral.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de cinco mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.