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PR considera revisão de medidas normal e recusa definir inflação como estrutural

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Foto Lusa

O Presidente da República considerou hoje que é necessário, mas normal haver uma constante revisão das medidas adotadas pelo Governo para fazer face à inflação, que recusou definir como estrutural.

"À medida que se tem a noção de que a guerra [na Ucrânia] dura mais, de que os efeitos são mais fundos, mais necessário é ir revendo as medidas e tomando novas medidas. Está a acontecer em todos os países da Europa ao longo das últimas semanas e vai continuar nas próximas semanas enquanto durar a guerra", declarou.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a propósito do debate de hoje sobre o estado da nação na Assembleia da República, que referiu não ter visto, em que o primeiro-ministro, António Costa, anunciou um novo pacote de medidas de apoio a famílias e empresas para setembro.

Confrontado com a opinião do primeiro-ministro de que o país neste momento está pior do que há um ano, devido ao impacto da inflação, o chefe de Estado respondeu: "É muito difícil negar a realidade, que esses efeitos na inflação, nas condições de vida das pessoas existem, vão existir, não sabemos por quanto tempo, o que significa que é importante haver acompanhamento por parte do Governo e medidas por parte do Governo".

"É muito difícil explicar aos portugueses que não estejam pior do que estavam antes do começo da guerra, antes da inflação, antes da subida do preço dos combustíveis, antes da subida do preço de vários bens básicos, nomeadamente alimentares", reforçou.

Interrogado se já se pode definir a inflação como estrutural, e não conjuntural, Marcelo Rebelo de Sousa discordou: "Eu não direi que a inflação é estrutural, porque uma inflação estrutural é muito duradoura e corresponde a questões que são de fundo. Agora, que é uma inflação que está para durar enquanto durar a guerra parece evidente".

Questionado se o novo pacote de medidas anunciado pelo primeiro-ministro para setembro não deveria ser adotado de imediato, o Presidente da República relativizou a questão: "Setembro é depois de amanhã, quer dizer, nós estamos à beira de agosto, digamos que a diferença entre agosto e setembro é a diferença de três ou quatro semanas".