Madeira

'Cartilha Madeirense' denuncia "falsa ideia de segurança" nas serras defendida pelo Governo Regional

"Pico
Escalvado. Tanque abandonado e tomado por arvores e arbustos", diz a Associação Cartilha Madeirense.  Ver Galeria
"Pico Escalvado. Tanque abandonado e tomado por arvores e arbustos", diz a Associação Cartilha Madeirense. , Foto: Associação Cartilha Madeirense

É através de um comunicado enviado às redacções que a Associação Cartilha Madeirense denuncia o que diz ser uma limpeza "ruinosa" das serras sobranceiras à cidade do Funchal, onde as "redes de protecção e auxilio ao combate de fogos florestais" são, também, deficitárias.

Segundo apontam, os tanques de água estão "destruídos e sem qualquer manutenção", a rede de distribuição de água "sem pressão", pelo que estas estruturas são "inúteis como auxiliares e ferramenta de combate ao fogo florestal", situações que dizem ser contrárias "daquilo que afirma, e insistentemente publicita, a Secretária do Ambiente, Susana Prada, e o presidente do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza".

Num relato acompanhado com várias fotos, esta associação refere que "dos nove tanques de água pagos pela Comunidade Europeia, resta um operacional, estando este carregado de água até á beira, mas está desligado da rede de incêndios". Todos os demais dizem estar "inutilizados".

A falsa ideia de segurança e defesa do nosso património florestal e segurança das populações é escandalosa. A memoria dos incêndios de 1997, 2000, 2010, 2012 e 2016 está presente e ainda está na nossa memória colectiva a afirmação de que “estava tudo controlado” era falsa.Tal como é hoje a ilustração do Governo Regional de que tudo está bem preparado para a época de incêndios florestais de 2022.
Associação Cartilha Madeirense

Com base nos "factos e evidencias fotográficas indesmentíveis" apresentadas, a 'Cartilha Madeirense' diz haver "falta de veracidade e exactidão" nas afirmações das entidades governativas, "propaladas pela responsável tutelar do Meio Ambiente".

O responsáveis por esta associação acusam os governantes de terem "curta memória" e que se servindo da "ingenuidade"  tentam "convencer a população com eventos virtuais de acção de vigilância e meios quando sabem e têm consciência de que nada de significativo fizeram no que diz respeito a limpeza de matas e matagais de elevadíssimo potencial como comburentes".

Falam, também, das muitas toneladas e "hectares sobre hectares de giestas, feiteiras, arbustos e ervas que, no estado que estão, permitirão a propagação do fogo com rapidez e proporção nunca vista".

Por todos estes motivos, a Cartilha Madeirense entende que "estamos colectivamente entregues à sorte do calor, do vento e da humidade", mas "não devia ser assim", concluem.