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De 600 mil venezuelanos que chegaram ao Brasil em cinco anos, metade ficou no país

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Cerca de 600 mil venezuelanos deslocaram-se para o Brasil nos últimos cinco anos, e deste valor metade conseguiu, ou decidiu ficar, no país, disse à Lusa fonte do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

"A parir de 2018 a coisa começou a ficar mais séria", explicou o oficial de comunicação do ACNUR Brasil, Luiz Fernando Godinho.

Dos 300 mil que decidiram instalar-se no país, 49 mil foram reconhecidos como refugiados, cerca de 80 mil estão com os processos a serem analisados e 145 mil conseguiram receber o estatuto de residente, detalhou o responsável da agência da ONU.

"A importância do modelo brasileiro é o facto de você ter uma sistemática em funcionamento que é ativada para uma ou outra situação", disse, valorizando também o facto de o Brasil ter uma sociedade civil atuante, que apoia os venezuelanos no processo burocrático.

Segundo a Plataforma Regional de Coordenação Interagências para os Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V) as razões para este grande êxodo de venezuelanos para o Brasil são várias, já que, explicou Luiz Fernando Godinho, "a crise da Venezuela é bastante complexa".

"São vários fatores que motivam as pessoas a saírem da Venezuela", afirmou Godinho, acrescentando: "é uma combinação de crise económica, crise social e questões de segurança".

O ACNUR calcula de mais de seis milhões de venezuelanos estão fora do seu país de origem.

Segundo a R4V, a estimativa é que 4.992.215 residam em países da América Latina e das Caraíbas.

Mais de um milhão de venezuelanos optaram por radicar-se nos Estados Unidos de América, na Europa e noutros continentes.