Madeira

Obra em tecido da artista Lourdes de Castro vendida em leilão por 39.900 euros

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A obra em tecido "Sombra projetada de Isaura Moniz de Bettencourt", de Lourdes Castro, foi vendida em leilão na quarta-feira, em Lisboa, por 39.900 euros, revelou hoje à agência Lusa fonte da leiloeira Veritas.

A peça, intitulada "Sombra projetada de Isaura Moniz de Bettencourt", foi adquirida por uma instituição privada portuguesa, indicou a organizadora do leilão de arte moderna e contemporânea, que reunia obras de artistas portugueses e estrangeiros.

Segundo a descrição da Veritas, a "emblemática obra dos anos 1960" de Lourdes Castro, está integrada num "núcleo de produção característico de uma década que tem por base materiais quotidianos como lençóis (neste caso em particular, uma fronha de almofada) e técnicas de construção artesanais como o bordado".

Esta peça esteve presente em exposições como "Além da Sombra", patente em 1992 no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, "Anos 60", em 1997, no Museu de Arte Contemporânea do Funchal, e "Portugal Portugueses -- Arte Contemporânea", em 2015, no Museu Afro-Brasil de São Paulo.

A artista plástica Lourdes Castro, nascida em 1930 no Funchal, Madeira, morreu em janeiro deste ano, aos 91 anos.

Nesta sessão também foram vendidas, entre outras, o óleo sobre tela datado de 1961 "Lisboa - Composição IV", de Carlos Botelho (1899-1982), por 96.700 euros, enquanto a peça "O13-52", um óleo sobre cartão de Fernando Lanhas (1923-2012), foi arrematada por 42.300 euros.

Uma peça em acrílico sobre contraplacado, sem título, de 1965, com pinturas no verso, da artista Helena Almeida (1934-2018) foi também vendida neste leilão vendida por 5.560 euros.

Do artista brasileiro Cildo Meireles, foi vendida uma obra em guache e tinta-da-china sobre papel datada de 1967, por 30.200 euros.

Lourdes Castro nasceu a 09 de dezembro de 1930, no Funchal, Madeira, e ali se fixou em 1983, depois de ter vivido em Lisboa, onde se formou em Pintura (1956), em Munique e Paris.

Na capital francesa, fundou a revista "KWY" (1958-1963), com René Bertholo, que congregou os artistas Jan Voss, Christo Javacheff, Costa Pinheiro, Gonçalo Duarte, José Escada e João Vieira.

Está representada em coleções nacionais e estrangeiras, públicas e privadas, destacando-se as do Victoria and Albert Museum, em Londres, do Museu de Arte Contemporânea de Belgrado, da Fundação de Serralves e da Fundação Gulbenkian, que fizeram retrospetivas da sua obra, e a Coleção de Arte Contemporânea do Estado.

Em 2020, o Ministério da Cultura atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Cultural.

Em junho do ano passado, foi condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.