O Governo moçambicano vai ao parlamento na quarta-feira e quinta-feira para responder às perguntas das três bancadas da Assembleia da República sobre matérias da vida política, social e económica do país, refere a agenda de trabalhos consultada hoje pela Lusa.

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder e com maioria parlamentar, quer saber do executivo que ações estão em curso para melhorar a qualidade dos serviços de transporte rodoviário e ferroviário, sobretudo nos grandes centros urbanos.

A bancada da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, pretende conhecer o nível de responsabilização "dos que promovem, em nome do Estado, a violação dos direitos fundamentais dos cidadãos", numa alusão à repressão policial de "manifestações, liberdade de expressão e de imprensa, do direito à vida e outros, que se têm registado com grande incidência nos últimos anos".

Por seu turno, a bancada do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido, pretende obter respostas detalhadas sobre as 'démarches' para o retorno da multinacional francesa Totalenergies e o memorando de entendimento que prevê a formação de 2.500 jovens com o apoio da empresa.

A Totalenergies suspendeu em março de 2022 o projeto de produção de gás natural de 20 mil milhões de euros em Palma, norte de Moçambique, após um ataque armado à vila, à volta da qual se começou a construir uma nova cidade e complexo industrial para explorar as reservas de gás do Rovuma - classificadas entre as maiores do mundo.

A Frelimo detém uma maioria qualificada de 184 dos 250 deputados na Assembleia da República, a Renamo, 60 assentos, e o MDM, seis.