O que fez o PS Madeira pela defesa dos interesses da sua Terra?

O novo líder da bancada do PS Madeira no parlamento regional, Rui Caetano, disse, por estes dias, que “ao fim de tantos anos, a herança que o PSD deixa é uma Madeira cada vez mais pobre”.

Aparentemente, o senhor deputado refere-se aos anos de regime democrático, com Autonomia Política e governo livremente eleito pelos madeirenses e porto-santenses.

E, assim sendo, quem não se lembra – aqueles que têm idade para recordar – a sumptuosidade das infraestruturas públicas e o luxo com que as famílias da Madeira e Porto Santo viviam antes de 1976? Desde então tem sido um esvaziar dessa riqueza até então criada e acumulada.

Desculpe-me o leitor. O cenário é anedótico. E, por o ser, não encontro outra alternativa para o ilustrar que não a ironia.

Ninguém põe em questão, com acertos e, naturalmente, também com erros, que hoje a generalidade dos madeirenses e porto-santenses atingiu patamares de conforto, de bem-estar e de confiança no presente e no futuro nunca antes vividos ou sequer sonhados pelos seus antepassados.

E mesmo que nos cinjamos aos últimos anos, a Madeira, felizmente, cresceu ao longo de sete anos consecutivos acima da média nacional, apresentou superávits na balança comercial, ou seja, exportamos mais do que importamos – algo nunca antes alcançado – crescemos as dormidas e aumentamos como nunca o rendimento por quarto da nossa principal indústria e iniciamos um caminho de diversificação da nossa economia.

Por outro lado, avaliemos o contributo destes senhores, que falam de uma Madeira cada vez mais pobre, para o nosso desenvolvimento e crescimento económico:

-A Região está a pagar mais 84 ME relativos ao empréstimo de 458 ME contraído para fazer face à crise pandémica. Um acréscimo nos encargos que não existiria se o Estado (Socialista) tivesse avalizado a operação. O que fez o PS Madeira pela defesa dos interesses da sua Terra?

-Andamos para trás e para a frente com o subsídio social de mobilidade. Nem com uma lei aprovada na Assembleia da República se os socialistas fecharam em definitivo o assunto a bem dos madeirenses e porto-santenses. Ao invés, suspenderam em dezembro de 2021 o modelo de atribuição em vigor. O que fez o PS Madeira pela defesa dos interesses das nossas gentes?

-A Madeira iniciou a “ferros” a construção do novo hospital. A obra está no terreno. E ainda assim continuamos sem saber ao certo se nos apoiam em 50% ou em 30%, dado não existir, por parte do governo socialista, uma clarificação do financiamento, nomeadamente a história estapafúrdia de incluir o valor patrimonial do Nélio Mendonça e Marmeleiros como parte integrante desse cofinanciamento do Estado. Mais uma vez, o que fez o PS Madeira em defesa dos nossos interesses?

-Andamos há anos à espera que a República decida instalar novos equipamentos no aeroporto para ajudar a solucionar os constrangimentos de operacionalidade. Equipamentos de uns míseros 4,5 milhões de euros (míseros para o Estado, naturalmente). Sendo que, é sabido, que os mesmos 4,5 ME, não constavam da última e famigerada proposta de Orçamento do Estado. Que posição assumiu o PS Madeira junto dos seus correligionários para solucionar de uma vez a concretização do investimento desses míseros 4,5 ME?

É caso para dizer que acima da pobreza material, há uma pobreza, uma fraqueza de espírito daqueles que nada fazem pelos interesses da sua Terra e das suas gentes. (E creio até que, muitas vezes, se alegram com as decisões que vão contra as nossas expectativas e interesses).

Emanuel Basilio