A Guerra País

Comissão parlamentar de Defesa Nacional vai reunir-se na próxima semana

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A Comissão de Defesa Nacional vai reunir-se excecionalmente na próxima semana, ainda sem data fechada, no contexto de conflito entre a Ucrânia e a Rússia, avançou à Lusa o presidente desta comissão, Marcos Perestrello.

O tema deverá ser a situação na Ucrânia, faltando acertar os termos da reunião e a data, e foi hoje autorizada pelo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, adiantou.

A comissão parlamentar de Defesa Nacional tem como competências a fiscalização política nas áreas da Defesa Nacional e acompanha, entre outros assuntos, o envolvimento de contingentes militares portugueses no estrangeiro no âmbito dos compromissos internacionais.

Atualmente, até à posse dos novos deputados eleitos nas legislativas de janeiro, as comissões parlamentares não têm realizado reuniões, à exceção da comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados que vai reunir-se hoje.

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, convocou para hoje uma reunião do Conselho Superior Militar, o seu principal órgão de consulta, para analisar a situação que se vive na Ucrânia, anunciou o ministério.

Portugal vai contribuir com cerca de oito a 10 milhões de euros para o pacote europeu que visa fornecer armas ao exército ucraniano, que combate a invasão russa.

Sobre os 174 militares portugueses que serão enviados para a Roménia, país que faz fronteira com a Ucrânia, no âmbito da missão da NATO "Tailored Forward Presence", Gomes Cravinho disse na segunda-feira à Lusa que a força está em preparação, uma fase que "naturalmente demorará ainda algumas semanas" até chegar ao terreno.

Esta missão da NATO visa contribuir "para a dissuasão e defesa da Aliança no seu flanco sudeste", de acordo com o "site" do Estado-Maior-General das Forças Armadas.

O plano das Forças Nacionais Destacadas para 2022 previa o envio deste contingente no segundo semestre, tal como aconteceu em 2021. Contudo, o Governo decidiu antecipar este calendário e os militares portugueses deverão chegar à Roménia nas próximas semanas.

No domingo, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 deram aval a um pacote de 450 milhões de euros para financiar o fornecimento de armas letais ao exército ucraniano, que luta contra a invasão russa, numa decisão que marca uma viragem histórica na UE.

Para além do apoio financeiro a este mecanismo europeu, Portugal vai enviar também equipamento militar para a Ucrânia, a pedido das autoridades deste país.

Da lista do material fazem parte "coletes, capacetes, óculos de visão noturna, granadas e munições de diferentes calibres, rádios portáteis completos, repetidores analógicos e espingardas automáticas G3", enumerou o Ministério da Defesa Nacional.

A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.