A Guerra Mundo

Rússia vai limitar entrada de cidadãos de países "pouco amigáveis"

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A Rússia vai limitar o acesso ao seu território de cidadãos de países responsáveis por atos "pouco amigáveis", anunciou hoje o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, que acusou os líderes ocidentais de incitarem à "russofobia".

"Um projeto de decreto presidencial está a ser preparado para introduzir medidas de retaliação, no que diz respeito aos vistos, no âmbito das ações pouco amigáveis de vários governos estrangeiros", disse Serguei Lavrov numa reunião do partido Rússia Unida, no poder.

O diplomata acrescentou que o plano inclui "uma série de restrições" à entrada na Rússia, mas não especificou quais os países e pessoas que seriam sancionados em particular.

Confrontado com as sanções económicas ocidentais, Moscovo publicou no início de março uma lista de países "pouco amigáveis" que inclui os Estados Unidos, os países membros da União Europeia (Portugal incluído), Reino Unido, Canadá, Japão, Suíça, Taiwan, Coreia do Sul, Noruega e Austrália.

Lavrov não especificou se o decreto em preparação se aplicaria a esses países.

O chefe da diplomacia russa acusou também hoje os líderes ocidentais de incentivarem uma "russofobia cavernosa", mas referindo que há exceções, como os líderes da Sérvia e Hungria.

A Rússia desencadeou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.119 civis, incluindo 139 crianças, e feriu 1.790, entre os quais 200 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo quase 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.

A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.