A Guerra Mundo

Biden sem certeza de que Rússia tenha mudado de estratégia

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O Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, disse hoje não ter a certeza de que o anúncio da Rússia de concentrar a sua ofensiva na região de Donbass signifique uma mudança na estratégia de Moscovo na Ucrânia.

"Não tenho a certeza se eles [russos] fizeram isso", afirmou Joe Biden, em Varsóvia, capital da Polónia.

Na sexta-feira, o comando militar russo declarou que queria concentrar "a maior parte dos esforços no objetivo principal, a libertação de Donbass", contrastando com a intenção declarada do Kremlin de "desmilitarizar e desnazificar" toda a Ucrânia.

Separatistas apoiados pela Rússia controlam desde 2014 parte da região de Donbass, no leste da Ucrânia, e as forças russas estão a lutar para aumentar o domínio sobre esta região, incluindo a cidade sitiada de Mariupol.

Num encontro com refugiados ucranianos, após ser questionado sobre o que pensa do seu homólogo russo, Vladimir Putin, face ao que este inflige a estas pessoas, Joe Biden classificou-o como "carniceiro".

Esta não é a primeira vez que Biden usa palavras duras em relação a Putin, considerado o principal responsável pela invasão russa da Ucrânia, que já causou milhares de mortes.

Nos últimos dias, o Presidente norte-americano designou Putin, por duas vezes, como "criminoso de guerra".

Visivelmente emocionado com o encontro com refugiados, incluindo duas pessoas que disseram ser de Mariupol, cidade portuária no sudeste da Ucrânia fortemente destruída pelos bombardeamentos de Moscovo, Joe Biden abraçou duas jovens refugiadas, relata a agência France Presse.

Num resumo sobre as impressões com que ficou deste encontro, após a visita a um centro de acolhimento de refugiados instalado num estádio, o chefe de Estado norte-americano chamou de magníficas as crianças que acabara de ver e disse que estas lhe pediram para que rezasse "pelo pai, avô e irmão".

"Sei bem o que é ter alguém próximo de uma zona de guerra", acrescentou Biden, referindo-se ao seu filho Beau, que lutou no Iraque e morreu em 2015 vítima de cancro.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados das Nações Unidas, que alertam para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.