A Guerra Mundo

Kiev pede ajuda militar a Israel e fecho de portos e espaço aéreo a empresas russas

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O Governo ucraniano pediu hoje a Israel que feche os portos e o espaço aéreo a barcos e companhias russas, e lamentou que os israelitas não forneçam equipamento de defesa à Ucrânia.

"O Presidente da Ucrânia tem um sentimento especial por Israel porque a sua mãe é judia", mas tem dificuldade em compreender a posição atual do Governo israelita e a sua recusa em levar materiais como capacetes ou coletes à prova de bala para a Ucrânia, disse hoje o embaixador ucraniano em Israel, Yevgen Korniychuk, numa conferência em Telavive.

A Ucrânia "solicitou muitas vezes" equipamento de defesa às autoridades israelitas, que não o concederam, acrescentou o diplomata.

Nos próximos dias, revelou, vai falar com o presidente do Parlamento israelita sobre o pedido do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para se dirigir aos deputados num discurso virtual na Assembleia Nacional de Israel.

Korniychuk também apelou às empresas israelitas para que "parem de colaborar com empresas russas" e de "fazer negócios na Rússia".

As autoridades israelitas mantêm uma posição "comedida" face à invasão russa da Ucrânia devido à sua delicada relação com o Kremlin, que lhes permite atacar posições pró-iranianas na Síria.

Até agora, Israel também não impôs sanções à Rússia, ao contrário dos Estados Unidos, dos países da NATO ou da União Europeia.

O embaixador ucraniano disse hoje que o seu país não pode "ditar" a Israel "que sanções" tem de aplicar, mas disse que apreciaria se o Governo israelita "fechasse os seus portos aos navios russos".

Quanto ao espaço aéreo, disse compreender que Israel pode manter a sua companhia aérea oficial, EL AL, a voar até à Rússia para apanhar russos de origem judaica que querem emigrar para Israel, mas instou-o a fechar o acesso e a circulação às companhias aéreas russas.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 2,5 milhões de pessoas para os países vizinhos -- o êxodo mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 16.º dia, provocou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares, segundo várias fontes.

A ONU confirmou hoje pelo menos 564 mortos e 982 feridos civis.