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A Madeira no novo quadro político

A situação nacional é caracterizada por profundas desigualdades e injustiças, por défices estruturais, por uma situação económica e social com as marcas resultantes de décadas de política de direita que tolhem o desenvolvimento em Portugal. A par dos problemas que marcam e constrangem o desenvolvimento nacional, nestas ilhas a que pertencemos avolumam-se os problemas que pesam na vida de cada dia dos que aqui vivem e trabalham. Requerem-se, pois, soluções para os problemas nacionais e para a vida dos trabalhadores e do povo da Região Autónoma da Madeira.

O quadro político e a relação de forças resultantes das últimas eleições de 30 de janeiro são marcados pela maioria absoluta do PS. Estarão assim criadas condições para dar solução aos problemas do País? Ou a maioria absoluta do PS servirá para levar ainda mais longe a execução da política de direita? Servirá a maioria absoluta do PS para dar força aos combates e lutas dos trabalhadores e do povo em defesa dos seus interesses e aspirações?

E como evoluirá a Autonomia neste novo quadro político? O aprofundamento autonómico está condicionado pela vontade do Estado em proporcionar à Região os meios financeiros necessários. No domínio económico-financeiro joga-se muito do futuro da Autonomia, até porque será da capacidade de a Região Autónoma dar resposta às aspirações de desenvolvimento colocadas pelas populações que resultará a sua evolução.

As decisões sobre uma nova e mais justa Lei de Finanças Regionais, no fundamental, dependerá da Assembleia da República, onde só o PSD, o PS e o PCP terão representação no Parlamento da Madeira e na Assembleia da República. E que condições lá estarão criadas para a desejável Lei de Finanças Regionais? E como será com a necessária alteração ao Estatuto Político-Administrativo? Ou, entre outros possíveis exemplos, que perspetivas resultam da maioria absoluta do PS na Assembleia da República para a resolução dos problemas do atual subsídio de mobilidade nas ligações dos residentes ao resto do País?

Não está fácil!