Madeira

PAN preocupado com a falta de professores na Região

O partido defende um ordenado “decente” no início de carreira, uma carreira mais justa e reformas sem penalizações para docentes com 40 anos de serviço e 60 anos de idade

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O PAN Madeira analisou com “grande preocupação” o relatório do ‘Estado da Educação 2020’, que indica que nos próximos anos vão continuar a faltar professores na Região Autónoma da Madeira.

O partido considera que a carreira docente “não é aliciante para os jovens”, comprovado pela percentagem de diplomados no ensino superior nos cursos de Educação que caíram de 8,6% em 2011 para 5% em 2020, colocando Portugal abaixo da média da OCDE e da União Europeia. Portugal teve menos 52,4% inscritos em cursos de docência do que em 2010/2011.

Assim, o PAN entende que o Governo Regional deve valorizar a carreira docente, com um “ordenado decente” no início de carreira, afirmando que “um docente ganhar ao fim de 16 anos de estudo 1.200 euros não é aceitável, a valorização de uma profissão faz-se e muito pela sua remuneração.”

Defende, também, “uma carreira mais justa, pois não é aceitável ter professores com 20 anos de serviço não podem estar no 4º escalão”, e que se permita a reforma sem penalização aos docentes que tiverem 40 anos de serviço e 60 anos de idade.

No manifesto do PAN para combater a falta de docentes na Região surgem, ainda, dois outros pontos, a necessidade de “precaver as necessidades de docentes que a Região vai ter nas próximas décadas”, e a “permanente actualização curricular e social do sistema de Educação Regional”.

Quanto ao primeiro destes dois pontos, defende que “a Secretaria Regional de Educação devia analisar o corpo docente regional e articular com a Universidade a resolução deste problema, seja na formação inicial de professores, seja na sua formação continua.”

Relativamente à necessidade de “permanente actualização curricular e social do sistema de Educação Regional”, o PAN sugere:

  • "A escola deve ser um espaço de democraticidade (limitação de mandados dos órgãos dirigentes) e transparência (as notas de avaliação de desempenho dos docentes devem ser públicas);
  • Os Currículos das disciplinas devem ser revistos – são demasiado extensos;
  • Deve ser definido um Plano Regional de Recuperação de Aprendizagens – os dois anos de pandemia e de instabilidade têm um peso que não se pode nem deve ignorar;
  • O número de alunos por turma deve ser reduzido 15 alunos por turma do 1º, 2º, 3º ciclo e ensino secundário, 12 crianças no pré-escolar e oito crianças na creche;
  • Deve ser aumentado o número de Psicólogos nas escolas - As depressões e fobias motivadas pela pandemia devem ser trabalhadas em ambiente escolar, para que as sequelas não sejam permanentes e afetem as crianças num quadro pré depressivo ou depressivo;
  • A região deve apostar no desporto e nas artes – O sedentarismo é um problema grave entre os nossos jovens, que associado à dependência das novas tecnologias limitam as capacidades física e a abertura às artes por parte dos jovens no nosso modelo educativo, defende o partido que a Educação Física deveria ser disciplina diária e conjuntamente com as Artes a grande aposta nacional até ao final do 3º ciclo;
  • Come-se mal nas escolas, a alimentação na escola deve ser melhor, deve ser saudável - O critério de adjudicação da alimentação nas escolas não pode ser o mais baixo preço, mas antes a qualidade da alimentação servida nas mesmas."