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Reforço de tropas norte-americanas começa a chegar à Polónia

Foto DR/Governo polaco
Foto DR/Governo polaco

Um primeiro grupo de soldados norte-americanos chegou hoje à Polónia, no âmbito do contingente que Washington destacou temporariamente para este país, anunciou o ministro da Defesa polaco, Mariusz Blaszczak.

"Já existe um grupo preparatório na Polónia para instalar as forças da brigada aerotransportada da 82.ª Divisão de Combate dos Estados Unidos", anunciou o ministro, num comunicado.

No total, espera-se a chegada de 1.700 militares, que permanecerão estacionados temporariamente no território polaco como "um sinal de solidariedade aliada, em resposta à situação na Ucrânia", acrescentou o governante.

Nas redes sociais, Blaszczak destacou que o contingente militar em questão foi responsável pela operação de evacuação de Cabul (Afeganistão), em agosto de 2021, e que é originário "de Fort Bragg, uma das bases mais famosas (...) por acolher os 'boinas verdes' e os pára-quedistas".

O secretário de imprensa do Pentágono (Departamento de Defesa dos Estados Unidos), John Kirby, anunciou na quarta-feira passada que Washington vai enviar cerca de 3.000 soldados para a Polónia, Roménia e Alemanha, além de colocar outros 8.500 de prontidão para que possam ser enviados para a Europa a qualquer momento.

Atualmente, existem cerca de 60.000 soldados norte-americanos instalados em bases europeias, incluindo cerca de 4.500 soldados estacionados em território polaco, de forma rotativa e distribuídos entre os campos de Zagan, Trzebien, Swietoszow, Boleslawiec e Karliki, todos eles na parte oeste do país.

Além disso, a NATO mantém forças aliadas em três quartéis polacos no norte do país, onde estão integradas às forças de Defesa multinacionais.

Segundo fontes do Ministério da Defesa polaco, há mais de 127.000 soldados russos concentrados perto da fronteira com a Ucrânia e, nas últimas horas, "dezenas de comboios militares e milhares de soldados bielorrussos estabeleceram-se na fronteira com a Ucrânia, em preparação para as manobras militares (conjuntas com Moscovo), marcadas para 10 de fevereiro".

A Rússia e a Bielorrússia vão realizar exercícios militares conjuntos entre 10 e 20 de fevereiro, sob a designação "Allied Determination [Determinação Aliada] 2022".

A Polónia tem pedido a Washington para que envie mais tropas para o seu território, para assumirem um papel de forças dissuasoras contra a Rússia.

Em 2020, o Presidente polaco, Andrzej Duda, ofereceu-se para fornecer instalações para a construção da primeira grande base militar permanente dos Estados Unidos no seu país, tendo proposto dar-lhe o nome de "Fort Trump", em homenagem ao então Presidente norte-americano.

O Ocidente acusa a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira com a Ucrânia para invadir novamente o país, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014.

Moscovo nega essa intenção, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca será membro da NATO.