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BCE reúne-se hoje pressionado por inflação na zona euro

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, e o ministro das Finanças alemão, Christian Lindner.  Foto EPA/OLIVIER HOSLET
A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, e o ministro das Finanças alemão, Christian Lindner.  Foto EPA/OLIVIER HOSLET

O Banco Central Europeu (BCE) realiza hoje a sua primeira reunião de política monetária deste ano pressionado pela inflação, que atingiu um novo máximo na zona euro em janeiro.

A principal missão da instituição monetária é limitar o aumento de preços, que atingiu 5% em 2021 na zona euro, impulsionado pelos preços da energia e pelo impacto da escassez de produtos e matérias-primas.

Em janeiro, a inflação atingiu um novo máximo de 5,1% na zona euro, segundo uma estimativa rápida do Eurostat.

O objetivo de inflação fixado pelo BCE é de 2% a médio prazo, estando muito acima dessa meta.

No entanto, os analistas consideram, maioritariamente, que no imediato os dirigentes do BCE devem deixar a sua política monetária inalterada, com as taxas de juro a permanecerem nos níveis muito baixos em que se encontram.

O BCE deve "confirmar uma posição de firmeza quanto à inflação", mas afastando-se de "qualquer especulação sobre aumentos prematuros das taxas", considerou Carsten Brzeski, economista do banco ING, citado pela AFP.

"A inflação na zona do euro é impulsionada em grande parte pela falta de oferta e não pelo excesso de procura ou por uma economia sobreaquecida", explicou Elga Bartsch, economista chefe do BlackRock.

Na opinião de Brzeski, um endurecimento da política monetária "não teria grande utilidade para transportar mais rapidamente os produtos da Ásia para a Europa ou para reduzir os preços da energia".

Por outro lado, se as tropas russas invadirem a Ucrânia, os preços da energia voltarão a aumentar, sendo a Rússia o principal fornecedor de gás da União Europeia.