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Benfica ou a 'impossibilidade' de ser desta que vence o Ajax

Foto EPA/JOSE COELHO
Foto EPA/JOSE COELHO

O Benfica defronta quarta-feira na Luz um Ajax que nunca derrotou e dificilmente poderá bater na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões em futebol, tendo em conta o rastro das duas equipas em 2021/22.

Se os holandeses acumulam 10 vitórias consecutivas, com 39 golos marcados e só um sofrido, o 'onze' de Nélson Veríssimo conta, nos mesmo 10 jogos, a sua 'era', apenas quatro triunfos, mais três empates e três derrotas, um '4-3-3' pouco convincente, como o futebol que tem sido praticado.

Desde o adeus de Jorge Jesus, as melhorias que alguns esperavam -- talvez querendo convencer-se que o problema estaria no treinador -- não aconteceram e o Benfica está claramente pior e muito oscilante, mesmo dentro do mesmo jogo.

A exibição realizada sexta-feira, no Bessa, é paradigmática do que tem sido o 'onze' de Veríssimo, que fez uma primeira parte até de bom nível e uma segunda 'medonha', sendo completamente dominado pelo Boavista, como já tinha sido pela mesma equipa nas meias-finais da Taça da Liga ou pelo Gil Vicente, também na Luz.

Em contraponto, o Ajax está a realizar uma época de grande nível, seguindo destacado na liderança da Eredivisie e já qualificado para as meias-finais da Taça da Holanda.

A justificação até poderia ser a falta de competitividade por terras neerlandesas, mas essa justificação 'esbarra' na magnífica prestação do conjunto comandado - desde janeiro de 2018 - por Erik ten Hag na fase de grupos da Liga dos Campeões.

Com os 'monstros' Bayern Munique e Liverpool, o Ajax formou o trio de equipas que venceu os seis jogos disputados, dois deles face ao Sporting, que, logo a abrir, goleou em Alvalade por 5-1, para, depois, vencer nos Países Baixos por 4-2.

Borussia Dortmund (4-0 em casa e 3-1 fora) e Besiktas (2-0 em casa e 2-1 fora) também não resistiram aos holandeses, que têm um coletivo de enorme qualidade e grandes individualidades, como Tadic, Antony, Klaasen, Mazraoui, Blind ou Haller, que marcou em todos os jogos da 'Champions' -- foram 10 golos, cinco ao Sporting.

Quanto ao Benfica, já ninguém, provavelmente, se recorda, mas deixou pelo caminho o FC Barcelona - somava 17 presenças seguidas nos 'oitavos' -, que bateu em casa por 3-0, no que foi o 'ponto alto' da temporada 'encarnada'. Logrou um 'nulo' em Nou Camp.

Essa equipa, e o seu '3-4-3', capaz também de golear Sporting de Braga (6-1) e Marítimo (7-1), parece, porém, uma memória distante, que pouco ou nada tem a ver com a atual, para 'desgraça' dos adeptos 'encarnados', em grande parte divorciados da equipa.

As perspetivas não são, assim, animadoras, mas com jogadores como Rafa, Darwin Núñez, Taarabt ou Grimaldo, e se, para variar, o coletivo funcionar a tempo inteiro, a Luz pode sonhar com o regresso das grandes noites europeias.

No outro encontro de quarta-feira enfrentam-se, na capital espanhola, duas equipas em crise, o Atlético de Madrid, de João Félix, quinto de La Liga, e o Manchester United, de Cristiano Ronaldo, Bruno Fernandes e Diogo Dalot, quarto da Premier League.

Nos derradeiros oito jogos, os 'colchoneros' só venceram três, enquanto os 'red devils' ganharam quatro, números que não convencem, longe disso, os respetivos adeptos.

De todos os jogadores, as atenções centram-se em Cristiano Ronaldo, que tem o hábito de marcar ao Atlético -- 'arrumou' os espanhóis com um 'hat-trick' em 2018/19, pela 'Juve' -- e tem estado altamente desinspirado em 2022: um mísero golo.

Antes, na terça-feira, o campeão mundial Chelsea é claramente favorito na receção ao Lille, de Tiago Djaló, José Fonte, Renato Sanches e Xeka, enquanto a Juventus vai tentar fazer valer a sua experiência europeia na casa do Villarreal.

Em relação aos primeiros quatro jogos dos oitavos de final, disputados na semana transata, destaque para o 0-5 do Sporting na receção ao Manchester City, o 0-2 do Inter Milão perante o Liverpool e o 1-0 do PSG ao Real Madrid, selado por Kylian Mbappé.