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Embaixada dos EUA ordena saída do seu pessoal não essencial

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A embaixada dos Estados Unidos em Kiev ordenou hoje a retirada do seu pessoal não essencial, depois de Washington ter alertado para a iminência de uma ofensiva russa contra a Ucrânia.

"Hoje, o Departamento de Estado ordenou a partida de funcionários norte-americanos não essenciais da embaixada devido aos contínuos relatos de uma acumulação militar russa na fronteira com a Ucrânia, indicando a possibilidade de uma ação militar significativa", anunciou a embaixada em Kiev na rede social Twitter.

Na sexta-feira, os Estados Unidos apelaram aos seus cidadãos para deixarem a Ucrânia o mais rapidamente possível face à iminência de um ataque russo, um apelo que foi seguido por outros países, incluindo Reino Unido, Países Baixos, Canadá, Austrália, Japão, Israel, Bélgica e Alemanha.

Na atualização de hoje do alerta de segurança, o Departamento de Estado anunciou o encerramento dos serviços consulares na embaixada em Kiev a partir de domingo.

"A embaixada manterá uma pequena presença consular em Lviv, Ucrânia, para fazer face a emergências, mas não poderá fornecer passaportes, vistos ou serviços consulares de rotina. Os cidadãos dos EUA poderão procurar estes serviços nas embaixadas dos EUA nos países vizinhos", lê-se no alerta.

O Departamento de Estado reafirmou também a informação de que não poderá retirar cidadãos norte-americanos "no caso de uma ação militar russa em qualquer parte da Ucrânia".

"A ação militar pode começar a qualquer momento e sem aviso prévio e terá também um impacto grave na capacidade da embaixada dos EUA de prestar serviços consulares, incluindo assistência aos cidadãos dos EUA na partida da Ucrânia", acrescentou.

A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, de visita ao Egito, anunciou hoje que a Alemanha vai reduzir a sua representação diplomática na Ucrânia.

"Manteremos a nossa embaixada aberta em Kiev, mas reduziremos o número de pessoal diplomático", disse Baerbock, citada pela AFP.

No alerta aos alemães na Ucrânia, o Governo de Berlim disse que um "conflito armado não pode ser excluído", dado que as tensões "aumentaram nos últimos dias".

"Se está atualmente na Ucrânia, assegure-se de que a sua presença é imperativa. Caso contrário, deixe o país a curto prazo", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.

A União Europeia (UE) anunciou, na sexta-feira, que também autorizou o pessoal não essencial da sua representação diplomática em Kiev a deixar a Ucrânia.

Face ao agravamento da tensão, os presidentes norte-americano, Joe Biden, e francês, Emmanuel Macron, anunciaram que vão falar hoje, em contactos separados, com o Presidente russo, Vladimir Putin.

O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, também anunciou que vai falar hoje com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov.

A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira ucraniana para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.

A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).