A Guerra Mundo

Queda de mísseis russos na Polónia é "ataque à segurança colectiva"

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu hoje que a queda de mísseis russos na Polónia, incidente que causou dois mortos, é um "ataque à segurança coletiva" e uma "escalada muito significativa" no conflito.

"Quanto mais a Rússia sentir impunidade, mais ameaças haverá para qualquer um que esteja ao alcance dos mísseis russos. Para disparar mísseis em território da NATO. Este é um ataque de mísseis russos à segurança coletiva! Esta é uma escalada muito significativa. Devemos agir", salientou o chefe de Estado ucraniano numa mensagem na rede social Telegram.

Um alto funcionário dos serviços de informações dos Estados Unidos disse hoje que mísseis russos caíram na Polónia, país membro da NATO, incidente que causou a morte a duas pessoas. O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, convocou com urgência a Comissão de Segurança Nacional da Polónia após estes relatos.

Zelensky salientou que aconteceu na Polónia o que a Ucrânia tem alertado "há muito tempo".

"O terror não se limita às nossas fronteiras nacionais. Mísseis russos atingiram a Polónia. Quantas vezes a Ucrânia disse que o estado terrorista não se limitará ao nosso país? É apenas uma questão de tempo até que o terror russo vá mais longe", destacou.

O governante manifestou ainda apoio aos "irmãos e irmãs" da Polónia.

Na mesma publicação, Volodymyr Zelensky lembrou que o novo ataque russo em massa com mísseis, "um total de 90", afetaram sistemas de energia, empresas e edifícios residenciais.

Um alto funcionário dos serviços de informações dos Estados Unidos disse hoje que mísseis russos caíram na Polónia, país membro da NATO, incidente que causou a morte a duas pessoas.

O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, convocou com urgência a Comissão de Segurança Nacional da Polónia após estes relatos, mas o porta-voz do Governo exortou os meios de comunicação a não publicarem "informações não confirmadas".

Em reação, o Ministério da Defesa da Rússia disse hoje que os relatos de queda de mísseis russos na Polónia são "uma provocação deliberada para escalar a situação", negando a responsabilidade pelo ataque.

Num comunicado, o Ministério da Defesa da Federação Russa acrescentou que os destroços nas fotografias divulgadas por vários meios de comunicação ocidentais "nada têm a ver com os meios de destruição russos".

De acordo com órgãos de comunicação polacos, duas pessoas morreram hoje à tarde, depois de um projétil ter atingido uma zona agrícola em Przewodów, uma vila polaca perto da fronteira com a Ucrânia.

A polícia e o Exército já estão presentes no local, segundo os 'media', que noticiaram também que os bombeiros confirmaram a ocorrência de explosões naquela localidade, noticiou a agência Efe.

De acordo com a Força Aérea ucraniana, a Rússia disparou hoje sobre as infraestruturas de produção de energia elétrica de várias regiões ucranianas "cerca de" 100 mísseis, causando cortes de eletricidade, além de ter atingido igualmente zonas residenciais e feito pelo menos um morto na capital ucraniana, Kiev.

Mais de sete milhões de habitações da Ucrânia estão sem eletricidade após os novos bombardeamentos russos.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.