Madeira

Internamentos devido às novas substâncias psicoactivas sofreram "aumento significativo" na Região

O director da Casa de Saúde São João de Deus disse hoje que nos primeiros 6 meses de 2022 já foram assistidos 110 pacientes na instituição

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O director da Casa de Saúde São João de Deus, Eduardo Lemos, afirmou esta manhã que a instituição tem registado um "aumento significativo" de pessoas internadas devido ao consumo das novas substâncias psicoactivas.

"Com a pandemia existiu de facto um aumento significativo e particularizando 2021 tivemos 231 episódios e nos primeiros 6 meses deste ano já tivemos 110, dos quais 50 são de pessoas que nunca tinham dado entrado na instituição. Portanto, isto também significa uma incidência que nos deve preocupar", referiu, acrescentando que relativamente aos tratamentos compulsivos na Madeira, que a larga maioria acontece precisamente na instituição que dirige, também têm se intensificado.  "Na década 2000-2010 existiram 338 internamentos compulsivos, na década de 2010-2020 aconteceram 1.024, o que é um aumento significativo. Relativamente ao ano 2021 tivemos 170 e neste ano de 2022 já vamos nos 140 internamentos compulsivos", sublinhou.

"Isto significa que de facto os internamentos compulsivos são uma realidade muito frequente e um instrumento que é absolutamente necessário para resolver um sem número de situações e que são também muito usados por quem de direito", referiu, durante audição parlamentar, no âmbito da análise de um projecto de resolução, da autoria do PS, que recomenda ao Governo Regional a criação de uma comunidade terapêutica de reinserção social.

"É capaz de faltar aqui uma estrutura, a juntar aquelas que já existem relativamente ao nível do tratamento e da prevenção. Era bom uma nova estrutura, focalizada para a construção de um projecto psicoterapêutico e social, para o utente voltar à família e ao trabalho, com planos de recuperação projectados para 6, 9 e 12 meses", disse, acrescentando que, no entanto, na criação desta comunidade terapêutica será "comprometedor" aliar os processos de tratamento, reabilitação e reinserção social do consumo de drogas ao do consumo de álcool, afirmando mesmo que a instituição que dirige já possui uma unidade que funciona há 40 anos no tratamento do alcoolismo e com "altas taxas de eficácia".

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Carolina Rodrigues , 19 Outubro 2022 - 11:37