Madeira

Filipe Sousa critica resposta de Albuquerque sobre contratos-programa

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O presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, Filipe Sousa, critica o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, por ter respondido à questão relacionada com os contratos-programa quando essa resposta deveria ter sido dado pelo presidente da AMRAM, Pedro Calado.

Numa carta aberta a Miguel Albuquerque, que ironicamente diz ser o "porta-voz da AMRAM", o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz diz que "ocorreram vários fenómenos caricatos e coincidências estranhas" após ter escrito uma carta a Pedro Calado "para que este defenda, cumprindo a sua função de presidente da AMRAM, o regresso dos contratos-programa com todas as autarquias e não apenas com as do PSD".

Um desses "fenómenos caricatos" está relacionado com a reposta do presidente do Governo Regional, que "ataca a subsidiodependência, nome que atribui aos apoios sociais dados a uma parte dos 50% de madeirenses que vivem em situação de pobreza à margem do suposto sucesso económico e político do PSD".

Mais: "A resposta, que não fala de contratos-programa, mas de uma suposta subsidiodependência, surge no dia em que somos informados pela Inspecção Regional de Finanças de que os subsídios que atribuímos às pessoas que precisam vão ser auditados pelo referido organismo".

O presidente da autarquia questiona se "vai o Governo Regional continuar a usar organismos públicos como braço-armado da sua política de perseguição ditatorial a quem ousa criticar a sua acção".

Pergunta ainda "onde estava esta mesma inspecção de Finanças quando na Câmara de Santa Cruz não se ajudava as pessoas que precisavam, mas fazia-se, sem lei nem roque, uma dívida ilegal de mais de 50 milhões".

Quer também saber "onde andava esta Inspecção Regional de Finanças quando a própria Região fez uma dívida de mais de 6 mil milhões de euros".

Questiona de igual forma "o que estava a fazer esta dita Inspecção Regional de Finanças quando durante anos a Madeira recebeu milhões da Europa e mesmo assim conseguiu chegar a 2022 com 50% da população em risco de pobreza extrema".

E por fim pergunta "onde anda a Inspecção de Finanças perante a terra sem lei que é o Aeroporto construído em terreno de ninguém e que não paga os impostos devidos".

Segundo Filipe Sousa, "dá pena ver um presidente do Governo Regional, cada vez mais próximo dos ideais do Chega, que acha que os problemas do país são os subsídios aos pobres".

Diz ainda que também "dá pena ver como se tenta iludir as pessoas, pondo em causa subsídios sociais na saúde, na educação, no social, na habitação. Subsídios que tenta resolver o que este regime podre e pobre não resolveu durante décadas".

"Haja vergonha", concluiu.