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Autoridades sírias acusam Israel de realizar novo ataque com mísseis

Foto LOUAI BESHARA/AFP
Foto LOUAI BESHARA/AFP

A Síria acusou hoje Israel de ter feito um novo ataque com mísseis contra vários pontos nos arredores de Damasco, após algumas semanas de relativa calma durante a noite no país, informou a agência de notícias oficial síria SANA.

Os projéteis do "inimigo israelita" foram lançados do território libanês por volta das 03:00, horário local, (01:00 em Lisboa) e atingiram os arredores da capital síria, segundo a SANA, que cita uma fonte militar não identificada.

As defesas antiaéreas da Síria conseguiram intercetar e abater alguns dos mísseis, embora a "agressão" tenha causado danos materiais, segundo a fonte militar.

Por seu lado, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido, garantiu em comunicado que os israelitas atacaram posições e depósitos de armas do grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do Presidente sírio, Bashar al-Assad.

De acordo com a rede de colaboradores que o OSDH tem no terreno, na manhã de hoje foram ouvidas cinco explosões na cidade de Qatifah, perto de Damasco, e foram vistos incêndios em posições pertencentes ao Hezbollah.

Embora este seja o primeiro ataque aéreo do Estado hebreu em várias semanas, esses tipos de ações tendem a ocorrer com mais frequência e geralmente visam pontos onde milícias xiitas e pró-iranianas aliadas ao Governo sírio estão estacionadas.

Israel considera a presença destas milícias na fronteira uma ameaça à sua segurança, mas poucas vezes reconhece oficialmente os bombardeamentos à Síria.

A ação de hoje ocorreu quando há um aumento na tensão na região e algumas horas depois de os rebeldes Huthis do Iémen, também apoiados pelo Irão, terem atacado a capital dos Emirados Árabes Unidos durante uma visita do Presidente israelita, Isaac Herzog, àquele país árabe.

Desencadeada em março de 2011 pela repressão às manifestações pró-democracia, a guerra na Síria tornou-se mais complexa ao longo dos anos com o envolvimento de potências regionais e internacionais e a ascensão dos 'jihadistas', nomeadamente do Estado Islâmico (EI), tendo já causado cerca de meio milhão de mortos.