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O 23.º Congresso do PS termina hoje com um discurso do secretário-geral, António Costa, centrado no rumo de acção do seu Governo na nova sessão legislativa e nas medidas para a recuperação após a crise da covid-19.

Desde que foi eleito líder dos socialistas em Novembro de 2014, António Costa dedicou sempre os seus discursos de fundo no encerramento dos congressos às medidas que propõe para o país -- e o de hoje acontecerá a mês e meio de o Governo entregar no parlamento a sua proposta de Orçamento do Estado para 2022.

No plano partidário, António Costa sairá deste congresso, que decorre no Portimão Arena, sem qualquer contestação interna, já que até agora apenas ouviu críticas pontuais, ou do deputado socialista Ascenso Simões, ou por parte do grupo minoritário de Daniel Adrião.

Ao contrário do que aconteceu nos congressos de 2016 e de 2018, apenas haverá uma lista a votos para a Comissão Nacional do PS, depois de a direcção partidária ter chegado a acordo com Daniel Adrião. Um acordo em que este grupo manterá 28 elementos entre os 251 efectivos no órgão máximo dos socialistas entre congressos.

No segundo e último dia de Congresso, antes da sessão de encerramento, serão também apresentadas cerca de duas dezenas de moções sectoriais -- documentos que serão depois discutidos e votados numa futura Comissão Nacional do PS.

Tal como se esperava, no primeiro dia do Congresso, no sábado, o PS afastou completamente do debate o tema da sucessão de António Costa no cargo de líder em 2023, apesar de terem sido colocados em destaque na mesa do Congresso os quatro potenciais candidatos: Fernando Medina, Ana Catarina Mendes, Mariana Vieira da Silva e Pedro Nuno Santos. Este último chegou já com o congresso a decorrer e não falou aos delegados.

O PS preferiu antes dar destaque mediático à sua nova militante Marta Temido, procurando simbolizar na ministra da Saúde um alegado sucesso do Governo no combate à pandemia da covid-19 e foi elogiada por muitos dos congressistas, que a aplaudiram de pé.

Além do destaque dado a Marta Temido, a direcção do PS, a um mês das eleições autárquicas, deu também palco a vários dos seus candidatos ao acto eleitoral de 26 de Setembro, pondo a falar candidatos de várias regiões do país, sobretudo após o período de debate das moções de estratégia.

No seu discurso de abertura do congresso, António Costa pediu a mobilização de todos os socialistas para uma vitória nas autárquicas, considerando que o tempo actual é de recuperação, de inconformismo na acção e não de ausência ou de desânimo.

"Este não é o tempo para desanimarmos. É o tempo de nos animarmos. Este é o tempo de arregaçar as mangas, não só daqueles que estão no Governo, mas também daqueles que estão nas freguesias e nas câmaras ou em todos os locais em que se pode fazer a diferença", especificou.

Hoje, também é notícia:

DESPORTO

O Benfica procura somar a quarta vitória da edição 2021/22 da I Liga portuguesa de futebol e isolar-se na liderança, na recepção ao Tondela, depois do empate do campeão Sporting em Famalicão.

Os 'encarnados', desfalcados do médio marroquino Adel Taarabt, devido a castigo, mas motivados pela qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões, tentam manter o pleno de vitórias no campeonato diante do emblema tondelense, que perdeu os últimos dois jogos.

A formação comandada por Jorge Jesus pode isolar-se no topo da classificação após a quarta jornada, caso vença o encontro marcado para as 18:00, no Estádio da Luz, em Lisboa, e que vai ser arbitrado por Tiago Martins, da associação de Lisboa.

O Benfica pode capitalizar o primeiro empate do Sporting, no terreno do Famalicão (1-1, no sábado), que lidera a competição com os mesmos 10 pontos de FC Porto, vencedor no sábado na recepção ao Arouca, por 3-0, e Estoril Praia. 'Leões' e 'dragões' defrontam-se na próxima jornada.

À mesma hora da recepção do Benfica ao Tondela, 12.º classificado com três pontos, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães defrontam-se no sempre 'quente' clássico minhoto.

Também hoje, Santa Clara e Paços de Ferreira regressam aos jogos nacionais, na 'ressaca' do afastamento da fase de grupos da Liga Conferência Europa, frente a Gil Vicente e Paços de Ferreira, respectivamente.

INTERNACIONAL

O Presidente francês, Emmanuel Macron, termina hoje a sua visita de dois dias ao Iraque, com uma deslocação à região autónoma do Curdistão, onde visitará a capital Erbil, e depois Mossul, cidade praticamente destruída após três anos nas mãos do grupo 'jihadista' Estado Islâmico.

Em Mossul, Macron vai interagir tanto com estudantes, como com "influenciadores" locais, segundo revelou a Presidência francesa, seguindo-se uma demonstração de apoio aos cristãos orientais e uma visita ao local de reconstrução de uma mesquita sunita destruída pelos 'jihadistas'.

Já em Erbil, estará junto das autoridades do Curdistão iraquiano para "relembrar a força do apoio da França na luta contra o terrorismo", encontrando-se ainda com o líder histórico curdo Massoud Barzani, para uma homenagem às forças 'peshmerga'.

Na sua delegação estará a vencedora do Prémio Nobel da Paz Nadia Murad, ícone das escravas sexuais yazidis dos 'jihadistas', e a ensaísta Caroline Fourest, feminista e activista.

POLÍTICA

A líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, encerra hoje o Fórum Socialista, a 'rentrée' bloquista, um dia depois de ter acusado o Governo do PS de não ter medidas para os problemas que diagnostica.

Com o discurso de abertura de António Costa no congresso do PS, em Portimão, em pano de fundo, no primeiro dia do fórum, em Braga, Catarina afirmou a "enorme disponibilidade" do Bloco para discutir e eventualmente viabilizar o próximo Orçamento do Estado, desde que o Governo aceite alterações estruturais em áreas como o trabalho, saúde e segurança social.

"Há uma lição que esta crise [pandémica] nos deu e que faltou talvez no diagnóstico do primeiro-ministro, que é o facto de que atrasar medidas ou ter anúncio de medidas que não chegam ao terreno é também agravar a crise", referiu.

Numa reacção à intervenção de Costa, Catarina Martins admitiu que o diagnóstico de alguns dos problemas do país está correcto, mas adiantou que as preocupações não têm correspondência nas medidas tomadas.

"Quando ouço as preocupações muito justas sobre a habitação, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou o trabalho, não deixo também de pensar que as medidas que o Governo colocou no terreno até agora e que está a preparar não respondem aos problemas que são diagnosticados", criticou.

A 'rentrée' dos bloquistas foi dividida por dois dias e por duas cidades para se adaptar ao contexto pandémico da covid-19 e evitar grandes ajuntamentos de pessoas e deslocações: no sábado foi em Braga, hoje será em Almada, distrito de Setúbal.