Madeira

"A Venezuela vive a ditadura mais cruel da América Latina e quiçá do Mundo Ocidental"

Delegação da Assembleia Nacional foi recebida pelo presidente da Assembleia Legislativa, José Manuel Rodrigues

Ramón Lopez é o segundo a contar da esquerda.   Foto ASPRESS
Ramón Lopez é o segundo a contar da esquerda.   Foto ASPRESS

Dois deputados da Assembleia Nacional de Venezuela e um conselheiro da Embaixada da Venezuela em Espanha, reuniram esta manhã com o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, procurando reforçar o apoio político para que a negociação para um acordo de salvação nacional possa tirar o país da situação de calamidade social que vive há já alguns anos.

Em declarações após a audiência com José Manuel Rodrigues, Ramón López, engenheiro eleito pela MUD (Mesa de la Unidad Democrática) explicou que juntamente com Dinorah Figuera, médica e membro da Comissão Delegada daquele parlamento, e Aldo De Santis, advogado e fundador do Centro Iberoamericano de Comunicación, Política y Gobierno, procuram junto de países com maiores relações históricas com a Venezuela, nomeadamente Espanha, Portugal e Itália, que têm importantes comunidades e raízes no seu país, para que façam pressão junto do governo de Nicolás Maduro para aceitar a mediação que tem sido promovida pela Noruega, visando a realização de eleições livres e democráticas o mais brevemente possível. As reuniões poderão ser iniciadas no final do mês de Julho.

"A ideia é trabalharmos para construir um processo de negociação que construa uma saída pacífica e democrática, com a convocação de eleições presidenciais e parlamentares, com observação internacional", disse o parlamentar. "Precisamos do apoio da comunidade internacional, precisamos do apoio do povo da Madeira pela história que nos une como irmãos, precisamos do apoio das forças democráticas do mundo para podermos sair desta tragédia que vive a Venezuela", afirmou.

Questionado sobre o que a Madeira pode fazer para ajudar, Ramón López acredita que a "pressão e as declarações no parlamento e nas manifestações e que a sociedade madeirense, que está intimamente relacionada com a Venezuela, pela forte emigração no nosso país, continue a difundir a nossa situação, que não está terminada, que não pode ser esquecida. A Venezuela vive a ditadura mais cruel da América Latina e quiçá do Mundo Ocidental. E a Madeira tem, com Portugal, a capacidade de influenciar as decisões da União Europeia", atirou.

Depois de se terem reunido ontem com partidos representados na Assembleia da República e o próprio presidente da AR, hoje foi a vez de partidos representados na ALRAM e o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, vão continuar nos esforços para que Maduro aceite negociar. "O regime não é de fiar e, por isso, há que continuar a pressão como garantia de que o início deste processo de salvação nacional é fundamental para tirar a Venezuela desta crise", concluiu.

A delegação deve reunir ainda com o Vice-Presidente do Governo Regional e com o director regional das Comunidades e Cooperação Externa.