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Eleições Autárquicas Madeira

Curraleiros divididos sobre novo acesso à freguesia

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Na terra das castanhas e da ginja, há quem fale no abandono da agricultura como um problema por resolver. Baseada numa unidade familiar, que nem chega a ser de subsistência, é quase impossível viver apenas daquilo que a terra dá. O turismo, à semelhança do que se passa em toda a Região, tornou-se no sector que mais emprego gera. Restaurantes, bares e unidades de turismo quase suplantam os poios com semilhas, feijão e pouco mais. 

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Com o aproximar de novas Eleições Autárquicas, a necessidade de uma nova estrada que permita entrar e sair da freguesia, não se limitando ao túnel que veio substituir a 'estrada antiga', parece ganhar outro fôlego. Mas se há quem seja a favor, também não faltam aqueles que argumentam e justificam o porquê de serem contra. 

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Jardim da Serra, Estreito de Câmara de Lobos, Socorridos ou até mesmo Boaventura são apenas alguma das 'sugestões' apontadas por quem diz saber o que é melhor para a freguesia. 

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Sandrina Sousa, há quase 40 anos a viver na terra dos pais, pede um centro de dia e um lar para a terceira idade. Na curta conversa enquanto aguardava pelo autocarro, não poupou nas críticas os apoios dados a quem não precisa. Contente com o trabalho do actual executivo da Junta, pede água mais barata, pois “nós, os Curraleiros, temos água que dá para nós e para outras localidades, por isso as taxas que pagamos são muito altas”, aponta.

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Dos que são a favor do novo acesso, João de Sá, comerciante há várias décadas, depois de outras tantas como emigrante na Venezuela, do alto dos seus 76 anos, não se cansa de apontar as vantagens dessa ligação. Das várias opções que diz existir, uma estrada ao longo da Ribeira dos Socorridos seria, na sua opinião, a mais vantajosa. “Da ponte das Balseiras, pela ribeira abaixo, até à via rápida era cinco estrelas. E material não falta. Era construir um ou dois túneis com 300 metros cada um e facilitava-nos tanto a vida”, sugere. A juntar a isto, um túnel da Fajã Escura até à Boaventura e o Curral das Freiras ficava “um brinquinho”.

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Martinho Figueira não olha para essas sugestões da mesma forma. É dos que são contra. Receia que a freguesia se torne num local de passagem e que os turistas não sintam necessidade de parar e consumir. “Param o carro num miradouro, tiram uma foto e seguem viagem para outras paragens”, vaticina. “Isto vai acontecer como a Ribeira Brava”. “Eu sou contra uma nova saída, pois não é uma mais-valia. Acho que há outras prioridades”, assume o jovem taxista, incluindo nessas prioridades o investimento na dinamização de tudo o que o Curral das Freiras tem de genuíno e único. A aposta na valorização do património era uma mais-valia. Dos trilhos pedestres aos lagares em pedra, passando pela levada para Santo António ou pelos aspectos etnográficos. Faz falta mais actividade desportiva e aponta a necessidade de construir mais parques infantis ou de actividades noutras zonas da freguesia.