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Docentes da UMa e da ULisboa lançam tradução do tratado 'A peste de Hamburgo'

A obra é da autoria do médico português Rodrigo de Castro

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Acaba de ser publicada a tradução portuguesa e a edição do texto latino do tratado 'A peste de Hamburgo: Tratado breve da sua natureza e causas', da autoria do médico português Rodrigo de Castro, que se estabeleceu naquela cidade germânica nas últimas décadas do século XVI e onde viveu até à sua morte.

Esta publicação insere-se no âmbito do projecto 'Gynecia: Rodrigo de Castro Lusitano e a tradição médica antiga sobre ginecologia e embriologia', iniciado em 2019, com financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

A edição e a tradução são da autoria de três investigadores do projecto 'Gynecia: Bernardo Mota (Universidade de Lisboa), Cristina Santos Pinheiro (Universidade da Madeira) e Gabriel Fernandes Silva (Universidade de Lisboa). Jon Arrizabalaga, professor e investigador na Institución Milà i Fontanals de Investigación en Humanidades (IMF-CSIC) de Barcelona, e especialista de reconhecido mérito em História da Ciência e da Medicina, é autor do prólogo.

A publicação, com a chancela das Edições Afrontamento, tem como objectivo "divulgar esta obra pouco conhecida do médico lusitano, em que se apresentam medidas para a preservação e para o tratamento da peste, familiares para o leitor actual devido à pandemia de covid-19, e que incluem, entre outras, a criação de um quadro de pessoal para monitorização e acompanhamento da situação, a instalação de unidades de saúde dedicadas, a elaboração de registos fiáveis sobre o número de mortos e infectados, a imposição de normas de distanciamento social e até o controle de formas de interacção entre pessoas a ponto de sugerir a eliminação de gestos banais de cumprimento", explica uma nota do gabinete da Universidade da Madeira.

O tratado, publicado em 1596 e que tem agora a sua primeira tradução para uma língua moderna, é "um elemento importante para a formação de uma imagem completa da cultura científica dos séculos XVI e XVII e permite igualmente aferir das continuidades e ruturas na evolução das teorias médicas sobre o contágio e das vivências humanas relacionadas com a doença".