Madeira

Saudades

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Boa noite!

Tenho saudades das crianças…

Sobretudo das nossas que desejava eternas nessa condição tão terna, mas que cresceram tão depressa, sem nunca perderem o encanto dos primeiros tempos.

Daquelas que connosco cresceram mas que deixaram de estar por perto porque a vida assim quis.

Das que diziam de forma inocente e assertiva a verdade sem as cautelas de adultos, sem pesar consequências e medir interpretações, criações que alguns, por muito que elaborem, nunca vão conseguir conceber e partilhar.

Das que eram felizes com o que tinham pois, desde tenra idade, perceberam que o essencial e maior bem não tinha preço, não se comprava, nem estava à venda.

Das que sonhavam sem vigilância apertada com um futuro à sua maneira.

Das que estavam a salvo dos predadores que se multiplicam atrás de monitores e teclados.

Tenho saudades das crianças livres, que desde bem cedo ganhavam a autonomia e capacidade de desenrasque ou que descobriam que em qualquer momento podiam fazer festa sem ter que esperar por data marcada.