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Catorze estudantes raptados em Abril no Norte da Nigéria foram libertados

Foto NASU BORI/AFP
Foto NASU BORI/AFP

Catorze estudantes da Universidade de Greenfield, em Kaduna, no Norte da Nigéria, foram libertados hoje pelos seus raptores, 40 dias depois de terem sido capturados, disse à Agência France Presse (AFP) o porta-voz da polícia local.

"Catorze estudantes de Greenfield foram libertados esta noite. Foram deixados ao longo da estrada entre Abuja e Kaduna", disse Mohammed Jalige à AFP, garantindo não saber se o resgate tinha sido pago.

Em 20 de abril, homens armados invadiram a Universidade de Greenfied e levaram cerca de 20 estudantes. Um funcionário do estabelecimento de ensino foi abatido durante o ataque.

Três dias depois do rapto, cinco estudantes foram executados pelos seus captores, de modo a pressionar as famílias e o Governo para pagarem um resgate.

O governo de Kaduna, estado onde os raptos se têm multiplicado, qualificou as execuções como "atos diabólicos e absolutamente cruéis", mas aconselhou os pais a não pagarem resgates, para não encorajar a mais raptos.

Os últimos meses têm sido marcados por um aumento de sequestros de elevados números de estudantes em escolas do norte da Nigéria, registando-se mais de 700 raptados desde dezembro.

Os autores dos raptos, apelidados de forma comum como "bandidos", pilham aldeias, roubam gado e realizam sequestros em massa para obterem resgates.

Em abril, a organização não governamental Amnistia Internacional (AI) denunciou o facto de dezenas de milhares crianças e jovens em idade escolar na Nigéria estarem sem acesso à educação, porque as autoridades nigerianas continuam sem proteger as escolas dos ataques de insurgentes e outros grupos armados, especialmente no norte do país.

"A frequência dos ataques demonstra como as escolas se tornaram inseguras na Nigéria, enquanto a falta de responsabilização perante a justiça apenas serviu para encorajar os seus perpetradores", apontou a AI.

Num dos exemplos apontados pela ONG, em 11 de dezembro, centenas de homens armados invadiram sete dormitórios de estudantes numa escola secundária em Kankara, estado de Katsina, noroeste da Nigéria, e levaram cerca de 300 estudantes a pé para um local desconhecido, onde os mantiveram cativos durante seis noites, até que os libertaram em 17 de dezembro.

O ataque levou os governos dos estados de Kano, Kaduna, Zamfara, Jigawa e Katsina a ordenar o encerramento de escolas.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que 10,5 milhões de crianças entre os 5 e os 14 anos estejam fora da escola na Nigéria por razões associadas à falta de segurança.