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O ciclo ainda não chegou ao fim

Hoje quero aproveitar esta oportunidade que me dá o DIÁRIO para uma espécie de balanço, agora que o meu segundo mandato está a chegar ao fim. Este foi um percurso difícil, mas gratificante.

Embora muitos não gostem que se recorde, recebi esta autarquia completamente na bancarrota. Não havia dinheiro para comprar um prego. E, não, não estou a exagerar. Oito anos depois, não só recuperámos financeiramente Santa Cruz, como lançamos um programa social como não há memória neste concelho e estamos agora a deitar mão a grandes investimentos estruturais. Se gostava de ter feito tudo mais cedo, claro que gostava, mas aqueles que hoje criticam tudo, não deixaram nada por onde começar. Foi preciso começar tudo de novo. E o facto de ainda estarmos a pagar dívida, condiciona todos os mandatos.

Mas, mesmo com dificuldades, fizemos, e, se o povo assim o entender, era meu desejo completar este ciclo de recuperação financeira, estrutural e de orgulho deste grande concelho. Será o meu último mandato, e será também o encerrar de um programa de desenvolvimento como Santa Cruz merece e quer.

Nesta reta final, é também de realçar a lata, sim, a lata, daqueles que desgraçaram este concelho e que agora, pasme-se, falam em “recuperar Santa Cruz”. Esta gente que não se enxerga. Querem recuperar o quê? Saíram daqui deixando para trás um Município que mais parecia uma daquelas panelas de milho, completamente rapadas, de onde nem era possível retirar um casco de milho que fosse. Entretanto, durante estes oito anos, este partido que agora quer recuperar Santa Cruz fez de tudo, nos órgãos de decisão onde está, para obstaculizar e tirar verbas a este Município. Recordo apenas as verbas retidas do IRS que são nossas por direito e o caso dos nossos terrenos no Parque Industrial da Cancela.

E esta gente que desgraçou Santa Cruz, que continua a prejudicar este concelho apenas por pirraça política, quer agora regressar, meter os pés debaixo da mesa e comer novamente à custa do trabalho de recuperação exemplar não apenas da minha equipa, mas de todos os santacruzenses, porque foi em nome deles que tanto se fez, e foi por vontade deles que tudo foi possível.

Claro que desarrumar, rapar até ao fundo, e depois regressar quando o trabalho difícil está feito, é fácil e apetecível. Claro que será o povo a decidir, mas, desde já, digo a este meu povo, do qual faço parte, que gostava de terminar a minha missão naquele que será o meu último mandato. A minha despedida.

Os santacruzenses conhecem-me, sabem o que sinto pela minha terra, sabem o que sou e de onde venho. Não é como uns tantos, de sapato de verniz e sola seca, que até têm a distinta lata de dizer que não se apoia a juventude, quando este ano investimos mais de 700 mil euros em bolsas de estudo. Mas não é de admirar que esta gente, que nem sabe muito bem onde fica Santa Cruz, desconheça o que se faz e o que se fez.

Como sempre, o importante para esta gentinha é recuperar o poder pelo poder, aproveitar-se do trabalho feito e voltar a fazer o que sabem melhor: servir-se e servir uns poucos amigos. Depois, também sabem deixar a fatura para o povo pagar.

A nossa diferença reside aqui: eles servem-se do povo, nós servimos o povo. E, mesmo que não gostem de ouvir, nós fizemos e gostaríamos de fazer muito mais. O ciclo ainda não chegou ao fim.