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Monsieur La Palisse

Nas últimas eleições presidenciais o PSD/Madeira e o CDS/Madeira cometeram um grande erro

É frequente de vez em quando ouvirmos umas frases de Monsieur La Palisse, que correspondem q questões óbvias, como por exemplo a mais vulgar, “ Não se pode fazer uma omolete sem ovos”.

Apesar da evidência, vou tentar demonstrar que é possível fazer a tal omolete sem ovos.

Rui Rio disse já várias vezes que o PSD – Partido Social Democrata – era um partido de direita, chegando ao ponto de ter anunciado a possibilidade de fazer um acordo com um partido de extrema direita, desde que ele se moderasse um pouco.

Miguel Albuquerque líder na Madeira do Partido Social Democrata também anunciou que estaria na disposição de fazer uma coligação com o partido de André Ventura, mesmo sem pôr a clausula dele se moderar um pouco.

Na Região Autónoma dos Açores o PSD formou Governo com o apoio do Chega, ou seja cumpriu a ameaça de Rio e de Albuquerque.

Todos os Partidos Sociais Democratas que conheço, em todo o mundo e não só na Europa, são de esquerda e que eu saiba nunca fizeram nenhuma coligação ou acordo com um partido da extrema direita, fascista, racista e xenófobo, como maneira de chegar ao poder.

O CDS caíu em desgraça, de acordo com as últimas sondagens e as últimas eleições. Neste momento tem cinco deputados na Assembleia da República e três na Assembleia Regional da Madeira e que por este andar ainda vai diminuir muito mais, o que significa que o PSD nunca chegará ao poder se ficar à espera do CDS.

O Iniciativa Liberal só tem um deputado e a avaliar pelas sondagens, quanto muito chegará a três deputados em Lisboa e também poderá ser mais para a coligação de direita.

Estranhamos a coligação dos Açores em que tanto CDS como a Iniciativa Liberal se entregaram na mão do chega, pois sempre pensei que não fossem nem fascistas, nem racistas, nem xenófobos e que portanto não aceitariam o apoio do Chega, mas enganei-me. Estão todos metidos no mesmo barco. Perderam a oportunidade de fazerem uma coligação com o PS e de certeza que poderiam conquistar mais alguns apoios.

Na Madeira, também cometeram o mesmo erro. Passaram quarenta e quatro nos a pôr defeitos na Governação do PSD e depois coligam-se com eles e passam ser mais papistas que o Papa. Adivinha-se o resultado de tudo isto e depois queixam-se quando o PSD os mandar passear por não serem suficientes para uma coligação, tanto na Madeira, como no Continente.

Zero virgula três por cento, é a ultima projeção de votos que o CDS terá numas próximas eleições legislativas, de acordo com uma sondagem feita no dia das eleições presidenciais e que não chegam para nenhum partido para governar.

Aliás nas últimas eleições presidenciais o PSD/Madeira e o CDS/Madeira cometeram um grande erro que foi o de não terem apoiado claramente Marcelo Rebelo de Sousa, pois passaram toda a campanha eleitoral a dizer entre dentes aos seu militantes e simpatizantes para votarem no André Ventura e só no último dia é que disseram publicamente que apoiavam o Marcelo.

Mas voltando ao tema deste artigo, das verdades de Mr. La Palisse, facilmente concluímos que de facto ele não tem razão. Se pode haver um Partido Social Democrata sem Sociais Democratas, também pode haver omoletes sem ovos…Por isso La Palisse perdeu o direito às verdades evidentes, ao fim de tantos anos.

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