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Reino Unido condena detenção de Aung San Suu Kyi e pede a sua libertação

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EPA

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab, condenou hoje a "detenção e acusação" da chefe de Governo de Myanmar, Aung San Suu Kyi, após um golpe militar, pedindo a sua libertação imediata.

"Condenamos a detenção e a acusação de Aung San Suu Kyi e outras autoridades eleitas. Estes devem ser libertados imediatamente e as acusações contra eles devem ser retiradas", disse Dominic Raab numa mensagem publicada na rede social Twitter.

"A democracia não deve recuar", acrescentou Raab, acrescentando que Londres está a consultar os seus parceiros internacionais sobre os próximos passos.

As detenções e o golpe de estado militar ocorreram na segunda-feira, horas antes de o parlamento eleito nas anteriores eleições iniciar a primeira sessão.

O exército de Myanmar (antiga Birmânia) declarou na segunda-feira o estado de emergência e assumiu o controlo do país durante um ano, após a detenção de Aung San Suu Kyi, do Presidente do país, Win Myint, e de outros líderes governamentais.

As autoridades de Myanmar acusaram na quarta-feira formalmente a líder civil do país, Aung San Suu Kyi, dando cobertura à sua detenção.

A acusação formal seguiu-se a uma queixa judicial, apresentada também hoje pelo exército de Myanmar, e poderá permitir a detenção até 15 de fevereiro de Suu Kyi, que se encontra sob prisão domiciliária, de acordo com documento citado pela AP.

Segundo apoiantes da líder birmanesa e Prémio Nobel da Paz, na base da queixa está uma alegada importação ilegal de material de telecomunicações, 'walkie-talkies', encontrados na sua residência na segunda-feira.

O Presidente deposto, Win Myint, foi acusado de violar a lei de gestão de desastres naturais, devido a normas impostas contra a propagação da pandemia de covid-19.

Na quarta-feira, centenas de parlamentares mantidos sob detenção em residências do Estado desde o golpe receberam ordens para deixar a capital, Naipidau, rumo às suas casas, em 24 horas.

O país emergiu há apenas 10 anos de um regime militar que estava no poder há quase meio século.

Para justificar o golpe de Estado, imediatamente condenado pela comunidade internacional, os militares asseguraram que as eleições legislativas de novembro passado foram marcadas por "enormes irregularidades".

Os militares evocaram ainda os poderes que lhes são atribuídos pela Constituição, redigida pelo Exército, permitindo-lhes assumir o controlo do país em caso de emergência nacional.

O partido de Aung San Suu Kyi, que está no poder desde as eleições de 2015, venceu por larga maioria as eleições de novembro.

A situação política no país é igualmente marcada pelo genocídio contra a população da minoria rohingya pelo Exército que cometeu atos de extrema violência que não foram condenados por Aung San Suu Kyi.

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