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Façam o favor de valorizar a PSP em 2022

Chegou 2022! Ano novo, vida nova! Ou talvez não… Um ano que, desde já, espero que seja próspero para todos. Na verdade, votos de Feliz Ano não são demais, sobretudo quando 2021 não nos deixou grandes saudades... foi o ano que ninguém imaginou e aquele que nunca desejamos ao comer as 12 passas, e que em tantos momentos, nos esgotou emocionalmente.

Mas, depois do festival pirotécnico que a Madeira, destino galardoado com 14 prémios internacionais, dos quais 6 como “Melhor Destino Insular do Mundo” e 8 como “Melhor Destino Insular na Europa” proporcionou um espetáculo indiscritível e único aos madeirenses e a todos os turistas nacionais e estrangeiros que nos visitaram nesta quadra festiva. Parabéns, Madeira.

Em boa verdade, nesta mítica noite de São Silvestre, é certo que todos formulamos os nossos desejos, em que damos asas aos nossos sonhos e esperanças, não seria má ideia fazer surgir uma outra, que com grande sentido cívico e comunitário, nos fizesse desde já estar alerta e unidos em torno de uma forte participação em defesa dos nossos Direitos.

Sendo assim, dir-me-ão que não há altura certa para se discutir e defender direitos. Não entendo a afirmação deste modo, mas também não é aí que reside a minha discordância. O problema é que, além de se estarem a colocar de lado problemáticas que me parecem bem mais prementes e fulcrais, a discussão não está a ser intelectualmente honesta. Nem um pouco.

Por isso, é que os polícias estão fartos que lhe tirem o pouco que têm e que não invistam o que merecem? Digamo-lo abertamente! Quando a instituição que eu tanto orgulhosamente pertenço, continua a padecer de um investimento profundo ao nível infraestrutural e humano, podendo mesmo pôr em causa a visível estratégia da DN/PSP/2020/2022, “Uma Polícia integral, humana, forte, coesa e ao serviço do Cidadão”, bem como os valores e pilares éticos fundamentais nela definidos. É desonesto não o reconhecer. E fico-me por aqui!

Aliado a esse conjunto de problemas ainda existe a falta de reconhecimento por parte dos Poderes públicos relacionado à questão salarial dos Profissionais de Polícia. Ao longo dos tempos os Governos vêm relegando a Polícia ao segundo plano.

Consequentemente, as políticas salariais não são diferenciadas das outras classes funcionais e com isso a Polícia está sempre trabalhando inferiorizada piorando ainda mais o seu desempenho, e acima de tudo desencorajando de forma considerável os jovens a envergar por uma carreira policial, que outrora era vista como uma carreira aliciante.

É importante perceber que o que se está a discutir, ou melhor, o que se deveria estar a discutir é um desinvestimento profundo na PSP. É importante ter coragem para o assumir.

No tocante a esse item, observa-se também que raras vezes houve por parte do Ministério de Administração Interna (MAI), uma política firme de incentivo ao trabalho de Polícia, e raramente houve um programa de complementação salarial geral, quer sejam da classe de agentes, chefes ou de oficiais. Até parece que os Profissionais da PSP adotaram a estranha noção de que progresso não é melhorar, é não piorar. Uma situação, implica a outra.

Por isso, é que os futuros Deputados à Assembleia da República não devem, de modo algum, alhear-se dos problemas dos Polícias, e apelo ao bom senso dos Senhores Deputados para que valorizem a mais importante Força de Segurança em Portugal, a PSP. E nós não estamos a fazer promessas! São meras propostas. Aceitam? Claro que não.

E, se Deus e os Santos, os nossos e os dos outros, estiverem atentos e forem amigos, certamente darão aos Polícias o conforto da sua bênção para este Ano Novo. Pedimos que o Covid19 não se transformasse em Covid22 e desejamos mais proximidade, mais abraços, mais beijos e mais “família policial”.