Madeira

Miguel Fonseca critica candidatura de Sérgio Gonçalves à liderança do PS-M

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Conforme noticia o DIÁRIO na sua edição impressa deste domingo, o economista e deputado Sérgio Gonçalves vai candidatar-se à liderança do PS-Madeira.

Savoy Residence investe mais de 100 milhões em projecto na zona nobre

A manchete e a foto principal desta edição versão o mesmo assuno. Savoy Residence investe mais de 100 milhões no ‘Monumentalis’. No texto que acompanha, explicamos resumidamente o que poderá ler na página 10 e 11, que "vai arrancar a comercialização do terceiro projecto imobiliário da Savoy Residence, marca do Grupo AFA que vai erguer 147 apartamentos de luxo na zona nobre do Funchal e 11.500m2 total de áreas ajardinadas. Fica pronto até final de 2023 e inclui uma zona comercial".

Ora, através de comunicado, Miguel Fonseca, que também anunciou a sua candidatura ao PS pela Moção Alternativa Democrática e Social, veio criticar o anúncio da candidatura de Sérgio Gonçalves à liderança do PS e diz que esta deve ter uma consequência: demissão imediata do presidente da Comissão Organizadora do Congresso do partido.

O deputado Sérgio Gonçalves veio hoje anunciar a sua candidatura à liderança do PS Madeira. Saúda-se a sua declaração de candidatura. Mas anoto duas contradições. O candidato revela a intenção de só iniciar a sua campanha a partir de 30 de Janeiro, data das eleições legislativas nacionais, como se a democracia interna não fosse absolutamente necessária como condição para exigir a democracia externa. O candidato tem a legitimidade de gerir politicamente a sua candidatura, mas, se acha que as eleições nacionais impedem a disputa democrática interna, porque é que não se opôs, no local e no momento próprios,  à marcação das eleições internas para 19 de Fevereiro? Miguel Fonseca, candidato à liderança do PS-M

A segunda contradição, segundo Miguel Fonseca, tem a ver com o 'timing' escolhido: "É que se assim é,  porque é que anuncia a sua eleição agora e não a 30 de Janeiro à noite? Pois é, a minha candidatura veio precipitar a candidatura que se pretendia do silêncio e do poder estabelecido interno. A resposta é óbvia. O candidato tem o apoio do “establishment”, isto é, do poder interno instituído".

Mas a sua declaração levanta um problema. Nos meus contactos com as estruturas do partido para o lançamento do meu processo de candidatura, verifiquei que o presidente da COC tem a mesma posição deste candidato, isto é, que não é curial que a disputa interna se desenrole antes de 30 de Janeiro: O que significa que, para os contactos com os militantes, tendo as eleições internas sido marcadas para 19 de Fevereiro, só restariam cerca de duas semanas e meia.  O que isto revela é que há uma tentativa de congelamento do processo eleitoral interna pelas estruturas que deviam manter a isenção no processo eleitoral. Um congelamento da democracia interna, por suposta contradição com a democracia externa, e   ao serviço de uma candidatura forjada no silêncio dos deuses. Miguel Fonseca, candidato à liderança do PS-M

Por essa razão, em carta ao presidente da COC, enviada ainda antes deste anúncio de candidatura de Sérgio Gonçalves,  Miguel Fonseca diz ter colocado a questão de ponderar a sua demissão, uma vez que não concordava com o desenvolvimento livre de candidaturas antes de 30 de Janeiro: "E agora percebe-se porquê, quando a Comissão Regional, ao marcar as eleições internas para o dia 19 de Fevereiro, tinha desencadeado o processo eleitoral interno".

Perante as circunstâncias, exijo, peremptoriamente, que o presidente da COC apresente a sua demissão da função que ocupa, sob pena de termos eleições internas sob o signo da desigualdade de candidaturas, o que é impróprio de um partido como o PS. Miguel Fonseca, candidato à liderança do PS-M

Sobre os apoios, Miguel Fonseca diz que conta com "os nomes dos militantes anónimos deste partido que deram a cara nos tempos difíceis pelas causas da liberdade e da democracia, que são as marcas de água do PS".