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França continua a exigir ao Reino Unido 81 licenças de pesca

Foto DENIS CHARLET/AFP
Foto DENIS CHARLET/AFP

A França e a União Europeia vão "continuar a trabalhar" para obter do Reino Unido as restantes 81 licenças de pesca que faltam, depois de os britânicos terem concedido 23, afirmou ontem o Governo francês.

"Este trabalho acelerou-se nos últimos dias, permitindo confirmar ou obter mais de 80 licenças, desde a semana passada, para pescadores franceses", saudou o ministro da Agricultura francês, Annick Girardin, e o secretário de Estado para os Assuntos Europeus, Clément Beaune, em comunicado, citado pela agência France-Presse (AFP).

Ameaçados com "litígio" por Paris na disputa de direitos de pesca pós-Brexit, os britânicos concederam no sábado 23 licenças adicionais a pescadores franceses, um número muito abaixo das 104 licenças ainda reivindicadas pela França.

Com as 23 aprovações anunciadas, a França já obteve 1.027 licenças e, portanto, está a reivindicar as restantes 81.

"A França e a União Europeia continuarão a trabalhar juntas para garantir a plena aplicação do acordo de comércio e cooperação", sublinharam os dois ministros franceses.

O Governo francês e a União Europeia estão a analisar "todos os mecanismos legais possíveis" para reivindicar cada licença ainda em falta, em particular "argumentando com evidências que os britânicos se comprometem a analisar nas próximas semanas", acrescentaram.

"Uma metodologia clara e compartilhada para as embarcações de substituição também é essencial", observaram.

Ao abrigo do acordo comercial pós-Brexit assinado no final de 2020 entre Londres e Bruxelas, os pescadores europeus podem continuar a trabalhar nas águas britânicas, desde que provem que já pescaram nessas águas.

As discussões entre franceses e britânicos duraram mais de onze meses.

Por seu turno, Londres afirmou que com o anúncio dava por concluído "o período de intensas negociações" dos últimos dias com a Comissão Europeia.

O Governo francês vai reunir-se com profissionais do setor "na próxima semana" para "definir os termos para a continuidade do trabalho", bem como "esforços para apoiar a profissão", disseram Girardin e Beaune.