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É preciso manter as precauções durante a quadra natalícia

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O diretor do Centro de Controlo e Prevenção e Doenças da União Africana (África CDC) defendeu hoje a necessidade de manter as precauções relacionadas com a pandemia de covid-19, alertando para a aproximação do Natal.

"Estamos a aproximar-nos do final do ano, que é um período de festividades que todos merecemos depois de dois anos tão difíceis, e estaremos com as nossas famílias, mas temos de o fazer com segurança porque o vírus ainda está entre nós", disse John Nkengasong, durante a conferência de imprensa semanal para aferir o andamento da pandemia da covid-19 no continente africano.

Entre os conselhos dados pelo médico camaronês está a observância das regras de distanciamento social, mas principalmente o uso de máscara e a utilização de espaços exteriores para o convívio familiar.

"Estarmos dentro de casa oferece uma oportunidade para a transmissão do vírus, mantenham as janelas e as portas abertas para o ar fluir, partilhem as refeições no exterior para haver mais ar fresco e assim reduzir a transmissão da doença, este é o melhor conselho de saúde que podemos dar para celebrarem em segurança", acrescentou o responsável.

John Nkengasong recomendou também que os africanos tentem "evitar grandes ajuntamentos em sítios fechados, sem máscaras, porque isso oferece uma oportunidade para a transmissão mesmo para quem está vacinado".

Sabendo da tradição de visitar os familiares em aldeias mais afastadas dos centros urbanos, John Nkengasong alertou ainda: "Vamos proteger os nossos avós e as pessoas mais velhas nas aldeias que vamos visitar, não queremos levar o vírus das grandes cidades para as áreas remotas e criar confusão, quero que a segurança esteja sempre nos nossos pensamentos".

Na conferência de imprensa, o responsável admitiu que "a pandemia está a regredir", mas garantiu que a batalha contra o vírus não está ainda vencida, principalmente por causa da taxa de vacinação.

"Não vemos ainda a luz ao fundo do túnel por causa das baixas taxas de vacinação", disse John Nkengasong.

Fazendo o balanço da evolução da doença no continente africano, o responsável disse que há um acumulado de 8,6 milhões de casos, dos quais resultaram 222 mil mortes, o que representa uma taxa de mortalidade de 2,6%.

"Entre a semana de 8 a 14 de novembro e a semana de 15 a 21 de novembro, registámos 24.474 novos casos, o que representa uma descida de 11% face à semana anterior; no que diz respeito às novas mortes, em comparação com a semana anterior, temos 1.148 novos óbitos, o que equivale a uma descida de 15%", apontou o líder do África CDC.

Recuando mais, para a média a quatro semanas, de 25 de outubro a 21 de novembro, regista-se uma descida de 6% no número de casos e de 8% no número de mortes.

Por outro lado, no capítulo dos testes, os resultados não são tão positivos, admitiu: "A testagem não está a ir no caminho certo, temos 81 milhões de testes feitos para uma população de 1,3 mil milhões de pessoas, só nesta última semana fizemos 798 mil testes, ou seja, temos uma descida de 15% quando devíamos estar a testar muito mais".

O continente africano recebeu até agora 403 milhões de doses das vacinas, das quais 221 já foram administradas, o que representa 55% do total.

A percentagem de pessoas totalmente imunizadas é de 6,6%, mas a meta de 70% mantém-se.

"A meta dos 70% é imperativa para proteger o continente, vemos o que se está a passar nos Estados Unidos e na Europa, em que apesar de a maioria da população estar vacinada, a situação é desafiante; lá porque já passámos o pico da pandemia, não podemos pensar que a pandemia acabou, os casos abrandam durante um ou dois meses, e depois há um novo pico, as pandemias são mesmo assim", explicou, concluindo que, além das vacinas, é preciso também garantir que os medicamentos contra a covid-19 cheguem a África "e que não aconteça o mesmo que com as vacinas, em que ficámos para trás".