Futebol não promove a Madeira

Um dos principais trunfos utilizados por Rui Fontes durante a campanha eleitoral para as eleições do Marítimo foi a imagem que mostrou no debate promovido pela RTP-Madeira onde se via a publicidade institucional (obrigatória) da Madeira numa parte pouco abonatória do equipamento oficial do clube, mais propriamente na parte de trás dos calções.

De facto, o Marítimo, nestes últimos anos, hostilizou o principal patrocinador, o Governo Regional, que investe anualmente cerca de dois milhões numa equipa de futebol profissional, cujo trajeto envergonha nesta fase qualquer madeirense.

Rui Fontes prometeu que iria inverter esta tendência, que iria elevar o nome da Região, mas ainda não cumpriu a promessa, que todos os madeirenses esperam venha a ser uma realidade em breve.

Para trás ficou o anterior presidente do clube, Carlos Pereira, que tudo fez com o dinheiro dos contribuintes, que puxou dos galões para dizer que fez obra e que ameaçou colocar o Governo Regional em tribunal, por não ter pago a totalidade das obras que foi realizando. Obras a mais, acima de orçamentos aprovados pelo Governo Regional.

Assim se viveu e reinou durante anos no futebol profissional da Madeira, onde o Nacional também assumiu uma postura reivindicativa, sem qualquer noção da realidade. Aliás, o presidente dos nacionalistas, Rui Alves, sempre considerou que o erário público investia muito pouco no futebol, que os cerca de 3 milhões de euros que são canalizados são insuficientes, talvez para disfarçar os contínuos insucessos desportivos.

Porque pedir não custa, Rui Alves, que também fez obra com o dinheiro de todos nós, exige mais apoios, mas em troca não dá nada. Basta ter em atenção que há três anos a esta parte não tem patrocínio na parte da frente da camisola. Continua a recusar a valorização do principal (e quase único) patrocinador, com mensagens que ajudariam a promover a Região e, provavelmente, o destino turístico.

Colocar mensagens na parte visível das camisolas com mensagens como “Madeira free Covid-19”, “Madeira é um destino seguro”, ou simplesmente “Madeira, tão tua”, era o mínimo que se deveria exigir a quem ganhou protagonismo na sociedade madeirense à custa do futebol, quase sem nada dar em troca.

É caso para dizer que este futebol não promove a Madeira, porque há gente que apenas olha para o umbigo e recusa uma visão global. Será que o ideal seria retirar o patrocínio?

Jesus Camacho