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EUA contra envolvimento da ONU com a força conjunta do G5 do Sahel

Foto: JOSEPH EID / AFP
Foto: JOSEPH EID / AFP

Os Estados Unidos reiteraram hoje a sua oposição ao envolvimento das Nações Unidas (ONU) no apoio à força multinacional anti-'jihadista' da força conjunta do G5 Sahel, durante uma recente reunião do Conselho de Segurança.

"Sejamos claros: os Estados Unidos continuam a acreditar que a ONU, qualquer que seja o mecanismo, não é um veículo apropriado para fornecer apoio logístico à força conjunta do G5 do Sahel", disse o embaixador adjunto dos Estados Unidos, Richard Mills.

"A força conjunta é uma coligação de forças de segurança mandatadas para conduzir operações antiterrorismo, principalmente dentro das suas próprias fronteiras. Não é uma força multilateral em solo estrangeiro mandatada como uma operação de paz", acrescentou.

Durante a viagem do Conselho de Segurança da ONU ao Mali e ao Níger, "uma das principais mensagens foi que os países do G5 precisam de mais assistência internacional, especialmente nas áreas da educação, saúde, alterações climáticas e assistência bilateral de segurança", explicou. 

A ideia de criar um gabinete de apoio das Nações Unidas para o G5 do Sahel, composto por 5.000 tropas fornecidas pelo Chade, Mali, Mauritânia, Níger e Burkina Faso, tem sido apoiada, durante meses, pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, e pela França em particular, que está ativa no terreno.

"A ameaça terrorista não se limita às fronteiras e apenas a cooperação militar transfronteiriça, como a força conjunta, é capaz de lhe dar resposta", disse o representante francês na ONU, Nicolas de Rivière.

"Para planear e conduzir operações a longo prazo, a força conjunta necessita de um apoio previsível e sustentável" e "as Nações Unidas têm esta competência" e "a legitimidade para o fazer", disse o diplomata francês, referindo-se à possibilidade de financiar qualquer apoio com as contribuições obrigatórias devidas à ONU pelos seus 193 membros.

Os Estados Unidos e o Reino Unido, que têm forças de manutenção da paz no Mali, há muito que recusam a opção de envolver a ONU no apoio ao G5 do Sahel, preferindo a ajuda bilateral. Salientam que tal papel com a força conjunta correria o risco de fazer a missão da ONU no Mali perder a sua neutralidade.