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Morreu a presidente da SOS Hepatites, Emília Rodrigues

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A presidente da Associação SOS Hepatites, Emília Rodrigues, morreu no domingo vítima de doença súbita, disse à Lusa o hepatologista Rui Tato Marinho.

Co-fundadora e presidente da direção da SOS Hepatites, Emília Rodrigues dedicou parte da sua vida à defesa dos doentes com hepatite e ao acesso dos doentes com hepatite C aos medicamentos inovadores que permitem a sua cura.

"Quero prestar-lhe uma grande homenagem porque na realidade personificou a importância que as associações de doentes têm para ajudar os médicos, o público e o poder político a entender o benefício que, trabalhando todos em conjunto, foi possível dar de uma forma universal e gratuita,o Estado assumiu, os medicamento inovadores a todos os que precisavam", salientou Rui Tato Marinho.

Desde muito cedo, adiantou, Emília Rodrigues "entendeu bem a importância que tinha esta doença, porque viu morrer vários amigos, e depois quando começou a liderar a Associação SOS Hepatites, com a ajuda [do músico] Zé Pedro, dos Xutos & Pontapés, que faleceu por causa desta doença, foi ao longo dos anos somando mortos, foi construindo um pequeno cemitério, e percebeu que era uma doença gravíssima e com a chegada dos novos medicamento ea possível salvar muitas vidas".

"Lutou com entusiasmo, com emoção, com persistência para ajudar estas pessoas que sofriam desta doença", enalteceu o presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

Salientou ainda que todos os doentes que neste momento estão curados devem ter a noção que "uma percentagem da cura que têm" é devido à presidente da associação e ao seu trabalho ao longo dos anos.

Rui Tato Marinho sublinhou que num "período curto de alguns meses" houve "uma notícia muito feliz" e outra "notícia triste".

"A notícia muito feliz foi a entrega do Prémio Nobel que também veio confirmar a justeza da nossa luta, da nossa persistência, e depois esta notícia triste que é a morte de uma das ativistas da Hepatite C", sublinhou.

"Felizmente ainda assistiu à atribuição do Prémio Nobel por uma causa que lutou muito anos", rematou Rui Tato Marinho.

Desde 2015, quando foi aprovado o primeiro medicamento da nova geração para a hepatite C, já foram autorizados mais de 27 mil tratamentos .

Desde então foram curados 15 mil doentes. A taxa de cura foi de 97%. Os utentes que foram tratados e que não conseguiram ficar curados foram 572, segundo dados divulgados em outubro de 2020 pela Sociedade Portuguesa de Gastrenterologista.

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