Surto de mentiras

O Ministério da Justiça (MiJ) enviou para Bruxelas o currículo incorreto empolando “méritos” do candidato José Guerra (JG) a procurador da UE. JG foi classificado em 2º lugar pelo painel da UE que analisou as candidaturas, tendo ficado em 1º Ana Almeida considerada pelo painel como a mais apta para as referidas funções o que de nada lhe serviu já que o MiJ resolveu promover a falsa meritocracia de JG que ganhou o lugar. Só Portugal e Bélgica não aceitaram as decisões do referido painel. Porque razão interfere o Governo (GP) numa candidatura para um órgão de justiça da UE que se quer competente e independente promovendo o candidato menos qualificado? Será indício de uma tendência, na mesma senda da diretiva 4-2020 da PGR, para interferir na Justiça e comprometer a sua independência? A Ministra da Justiça (MJ) não foi capaz de uma justificação minimamente convincente e enredou-se em contradições acabando por imputar aos serviços do MiJ, logo aos funcionários, as inverdades do currículo de JG, com um diretor geral a arcar oficialmente com as culpas. Proclamou ainda que “envenenar a vida política com argumentos desses é péssimo, é isto que leva ao populismo”. Uma vez mais o cinismo político de insinuar que o “populismo” cresce com a denúncia pública das falhas governativas e não por o GP e os governantes não as assumirem e responsabilizarem-se por elas. Na última conferência de imprensa sobre a Covid19 o Primeiro Ministro (PM) no fim da conversa com as indecisões do costume, tentou enjeitar responsabilidades do MiJ e do GP neste imbróglio e procurou desviar a atenção da opinião pública ao acusar alguns deputados da oposição que criticaram a atuação do GP neste caso de minar a presidência portuguesa da UE. Porque não disse o mesmo do seu candidato a Belém que acusou o MiJ de negligência grave? Foi mais um surto de mentiras do GP para distrair com teorias da conspiração os portugueses do ataque voraz e tentacular do polvo socialista aos órgãos do poder.

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