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Legado de Celina Pereira "será preservado e lembrado"

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O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, manifestou ontem o seu pesar pela morte de Celina Pereira, aos 80 anos, salientando que a cantora "marcou gerações" e que "o seu legado será preservado e lembrado".

"Marcou gerações e o seu legado será preservado e lembrado. A toda a família enlutada as minhas mais sentidas condolências. A nossa cultura está mais pobre, Cabo Verde está de luto. Até sempre Celina Pereira", destacou Ulisses Correia e Silva numa nota publicada na sua página oficial no Facebook.

Para o primeiro-ministro cabo-verdiano, o nome de Celina Pereira fica ligado "ao processo que consagrou a morna a património imaterial da humanidade, algo que orgulha toda a nação crioula".

A cantora cabo-verdiana Celina Pereira morreu ontem em Lisboa, onde residia, vítima de doença, confirmou à agência Lusa o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente.

O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, definiu ontem Celina Pereira como um "grande vulto da cultura cabo-verdiana" e uma "figura incontornável" não só da cultura, como artista de palco, mas também como investigadora.

"É alguém que, ligando a diáspora a Cabo Verde, tinha uma ligação muito especial com Cabo Verde, com a Boa Vista e com São Vicente, mas uma pessoa que se notabilizou pela forma pedagógica, pela sua entrega à causa cabo-verdiana, também como escritora e como amante da cultura total cabo-verdiana", prosseguiu.

Para o titular da pasta da Cultura de Cabo Verde, Celina Pereira encarnava o espírito não só da diáspora, mas também da imigração cabo-verdiana e da eterna ligação da diáspora com as raízes no país.

Abraão Vicente sublinhou que Cabo Verde perdeu a primeira pessoa que verbalizou a ideia de se candidatar o género musical morna a Património Imaterial da Humanidade da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), o que acabou por acontecer há precisamente um ano.

Natural da ilha cabo-verdiana da Boavista, sobrinha de Aristides Pereira, primeiro Presidente de Cabo Verde, Celina Pereira viu o seu primeiro 'single' "Bobista, Nha Terra/Oh, Boy!", editado em 1979, mas só em 1986 lançou o primeiro disco "Força di Cretcheu" (Força do Meu Amor), que inclui histórias e cantigas de roda, brincadeira, casamento e trabalho.

Seguiu-se depois "Estória, Estória... No Arquipélago das Maravilhas" (1990), "Nós Tradição" (1993), "Harpejos e Gorjeios" (1998) e "Estória, Estória... do Tambor a Blimundo" (2004).

Em 2003, Celina Pereira foi condecorada com a medalha de mérito - grau comendadora - pelo Presidente português, Jorge Sampaio, pelo trabalho na área da educação e da cultura cabo-verdiana.

Em 2014 foi galardoada com o Prémio Carreira na 4.ª edição do Cabo Verde Music Awards (CVMA).

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