A abstenção... e os votos nulos

Terminado mais um ato eleitoral (desta vez nos Açores) mais uma vez se verificou uma abstenção descomunal.

Mais de metade dos eleitores decidiram não comparecer às urnas, mais uma vez as pessoas não entenderam que este comportamento não as leva a lado nenhum.

Não traduz nada. Nem uma escolha, nem um desejo de algo que o eleitor queira manifestar.

Só dá azo a que os políticos – consoante as suas conveniências – interpretem à sua maneira.

Mas este defeito não existe só nos Açores, é prática corrente na Madeira e no Continente.

A Abstenção pode ser um gesto de repulsa pelo sistema governativo, as pessoas estarem fartas dos que governam e não confiarem nos que se preparam para governar – acreditamos que o seja – mas pode ser entendido também como um ato de conformismo, de aceitação das coisas como estão ou de simples comodismo.

Sabemos que cada vez são mais os portugueses que não acreditam nos partidos, não confiam na maioria das suas escolhas para ocuparem os cargos públicos que determinada eleição elege, mas para estes existe uma opção que NUNCA sendo a IDEAL é, contudo, mais esclarecedora do que a abstenção.

O VOTO NULO!

Este não dá azo a muitas interpretações. Ele pura e simplesmente diz que, o POVO FOI ÀS URNAS e manifestou claramente a sua insatisfação pelo modo como se pratica a democracia, quer seja na Madeira ou nos Açores (eleições regionais) e sobretudo no País caso estejamos a votar para as LEGISLATIVAS ou até mesmo para a Presidência da Republica.

Uma coisa é chegarmos ao fim de um dia de eleições e verificarmos que mais de metade dos eleitores não foram votar (ABSTENÇÃO), outra coisa é sabermos que o povo FOI ÀS URNAS mas a maioria VOTOU NULO.

Na prática até pode ser a mesma coisa – face às lacunas que Lei eleitoral contém – mas perante o País e as instâncias internacionais, toda a gente fica a saber que este tipo de democracia que se pratica em Portugal, não é do agrado de grande parte dos portugueses.

E não é. Nem pode ser. As URNAS não podem representar “agências regionais ou nacionais de emprego”, mas locais onde o eleitorado tenha o prazer de escolher pessoas competentes, sérias, íntegras, capazes de defenderem os seus interesses, os seus direitos como cidadãos e preservarem o sagrado património do País.

Sabemos que isso nem sempre tem acontecido e, por isso, infelizmente, parte da população se manifesta através da ABSTENÇÃO.

Não estamos aqui a estimular o VOTO NULO, (até porque o VOTO é das poucas coisas que nos restam de ABRIL) mas se as pessoas não veem alternativas credíveis na hora de votarem, ao menos exprimem o que sentem e com a abstenção isso não acontece.

Também optarem por partidos, cuja ideologia nada tem a ver connosco, pode ser um “passaporte” para a miséria, para o sofrimento, para a infelicidade…

Que digam os venezuelanos que um dia mudaram para o Chávez que deu lugar a este MADURO!

Juvenal Pereira

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