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O exemplo do Teófilo Alírio

Há pessoas que nos marcam para sempre. Seja pela sua honestidade, pela forma humana como lidam com os outros, pelo seu empenho no que fazem ou mesmo pela coragem demonstrada. O Teófilo Alírio Cunha é certamente uma delas. Nasceu na Venezuela e é filho de madeirenses da freguesia de São Jorge. É licenciado em Farmácia e desde há muito ligado a Santana. É o atual presidente da Câmara.

Quando iniciei as minhas funções parlamentares em 2011, o Teófilo Cunha foi uma das pessoas que me ajudou. Instou-me a não ter medo em dizer aquilo que precisa de ser dito. Quando o então todo-poderoso deputado Jaime Ramos e o Dr. Alberto João nos escarneciam, o Teófilo mostrava-me como a espada do Poder poderia ser vergada pela espada da coragem. E a resiliência é uma boa virtude. Teófilo começou no CDS em São Jorge com 5% dos votos, depois 11% até que ganhou a Junta de Freguesia em 2009 com 45%. Há quadro anos ganhou a Câmara com 52%.

Alguns logo prognosticaram que a derrota do PSD acabaria por arrastar Santana para a confusão e desleixo. Hoje sabemos que não. Não há polémicas pois o concelho é bem gerido. É limpo, seguro e tem cada vez mais visitantes.

Teófilo soube inteligentemente relacionar-se com Albuquerque para benefício de Santana. Soube rodear-se de um boa equipa. Muitos daqueles que o criticaram reconhecem agora o seu valor. É querido pelos trabalhadores da Câmara, mesmo aqueles vindos pela mão do PSD. É pessoa para ir comprar ele próprio sandes para os funcionários da Câmara que ficam até tarde a trabalhar. As oposições são agora ouvidas e consideradas (foi o primeiro município a dar a palavra a todos os partidos representados na Assembleia Municipal), como são todos os munícipes que necessitem falar com ele. É honesto com os munícipes, quando tem de dizer que não, justifica até à exaustão a razão da impossibilidade.

Ter o PSD fora do Poder em Santana é tido como algo natural e desejado pela maioria da população.

A sua gestão tem uma forte matriz social, em especial da família. Cada criança nascida é apoiada com 1.200 euros anuais, são-lhe fornecidos manuais e materiais escolares e os estudantes universitários são também apoiados, no mais ambicioso programa de estímulo à natalidade da Região.

Provou-se que investir nas pessoas é compatível com a melhoria das finanças municipais. O desenvolvimento social recebe um número recorde de 25% do orçamento, ao mesmo tempo que a dívida da autarquia foi reduzida em 4 anos de 8,5 para 1,8 milhões de euros, isto possível em parte pela mestria financeira e o rigor emprestados por Rui Barreto, o presidente da Assembleia de Santana. Como exemplo, os anteriores gestores pagavam aos fornecedores em média em dois anos, tal agora é feito em 3 dias, dados da Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL). Aliás, Santana é a “número um” ao nível nacional no ranking das autarquias que mais depressa paga aos fornecedores.

Teófilo Cunha prescindiu de motorista, de assessor de imprensa, de contratar assessoria jurídica bem como de um chefe de gabinete. Tal como fazia muitas vezes quando era deputado, arregaçava as mangas e ia à luta, sem medo e com uma alegria inata. Tem uma capacidade de trabalho invejável. É pessoa para de manhã estar a negociar um autocarro de 170 mil euros e à tarde ficar a consertar uma impressora.

Com as finanças de Santana bem arrumadas, iniciar-se-á agora o investimento importante no emprego, na economia e nas qualificações, bem como nos serviços prestados aos santanenses. Um caso de como se deve liderar pelo exemplo que se dá!

A derrota generalizada do PSD Madeira obrigará este importante partido a uma profunda reflexão e transformação interna, a escolher novos quadros, melhor preparados, a desistir de um conjunto de vícios e clientelas, obrigá-los-á a pensar em todos os madeirenses e não só em alguns, bem como acabará por tornar a democracia na Madeira mais transparente, mais tolerante e serena, enfim, mais saudável.

Nas próximas eleições, quem tiver dúvidas em quem votar, poderá olhar para o que está a acontecer em Santana, encher-se de coragem e replicar no seu concelho o extraordinário exemplo de Santana. Vão ver que não se arrependem.