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Parlamento venezuelano chama militares à reflexão e pede fim da repressão

Foto Reuters
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O parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria, emitiu hoje um comunicado chamando as Forças Armadas Venezuela (FAV) a refletir sobre “o papel” que desempenham no país e pedindo que cesse a repressão.

O comunicado, lido aos jornalistas pelo presidente da Assembleia Nacional, Júlio Borges, foi divulgado um dia antes da realização daquela que a oposição dizer será a “mãe de todas as marchas” contra a decisão do Supremo Tribunal de Justiça de limitar a imunidade parlamentar e assumir as funções do parlamento.

“Perante o golpe de Estado ocorrido no nosso país e a descarada repressão de que são alvo os que legitimamente manifestamos nas ruas para que a Constituição e a Democracia sejam respeitadas, chamados os funcionários das FAV à reflexão, a meditar sobre o papel que estão fazendo na história da Venezuela”, refere-se no documento.

Por outro lado, explica que a Constituição da Venezuela “garante a mobilização pacífica e castiga o uso de gás tóxico” contra os manifestantes.

“Amanhã (quarta-feira) a Venezuela estará nas ruas, pacificamente, e é o momento para que vocês (militares) demonstrem que estão do lado da Constituição e do povo da Venezuela”, apela o parlamento através do comunicado, onde alerta para alegadas pretensões de altos militares para fazer acreditar que quem discorda das políticas do Governo são “o inimigo” e os responsáveis pela crise no país.

“A ordem de um superior não exime um subordinado da sua responsabilidade penal. Vocês juraram defender a pátria e a Constituição”, sublinha.

Segundo o documento a oposição apenas pretende que seja respeitado o direito dos venezuelanos a votarem, que não seja perseguido nem preso quem pensa diferente, que cheguem medicamentos e alimentos para todos.

Por outro lado, vinca que “o mandado constitucional das FAV é garantir a integridade do espaço geográfico e assegurar a independência da nação” e que o Governo tem “pretendido mudar o profissional militar por um grupo paramilitar político armado” o que “não é ser um soldado”.