Madeira

Saída da easyjet dos Açores não altera estratégia da Madeira

TAP também cancelou 16 frequências para os Açores

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A saída da companhia low-cost easyjet da linha dos Açores, noticiada esta manha, não altera a estratégia do Governo Regional para a Madeira.

“Estamos a falar de realidades completamente diferentes. O mercado da Madeira não está influenciado, nem pela liberalização nem por uma política de captação de novas rotas, numa base muito pequena, como é o caso dos Açores. Os Açores montaram o seu sistema há bem pouco tempo e é natural que sofra ajustamento com a dinâmica da procura e da oferta. A Madeira não é uma situação dessas, é um destino consolidado há muitos anos e é por isso que temos 45 companhias a voar para a Região”, justifica Eduardo Jesus.

O secretário regional a Economia, Turismo e Cultura falava no final do debate no parlamento regional sobre o Porto Santo e garante que esta decisão da companhia aérea “não tem qualquer influência no que se está a passar na Madeira”. O que estranha é que a notícia “ocorre na sequência de outra em que a TAP cancela 16 frequências para os Açores”.

Em relação aos Açores, Eduardo Jesus considera que o que está em causa é um ajustamento do mercado.

“O que está em causa é uma gestão da procura que pode não estar a corresponder ao que era desejado pelas companhias, quando colocaram toda aquela oferta no arquipélago dos Açores. Houve uma aceleração muito grande na captação de companhias que nãos e deu pela dinâmica da oferta e da procura, deu-se pela cativação dessas frequências pelos mecanismos que estão disponíveis e são legais”, afirma.

Uma vez que ainda tem de confirmar a notícia da saída da easyjet dos Açores, o secretário regional evitar tirar conclusões.

“Só vou referir que o ajustamento que se está a dar é a consequências entre aquilo que se põe à disposição e o que efectivamente existe na procura. Não há companhias que voem com uma ocupação baixa, o mínimo anda nos 80% e no caso das de baixo custo, a necessidade é muito superior, algumas nos 95 ou 98%. Se não há o cumprimento deste requisito de mercado, as companhias têm de se ajustar e procurar outros mercados”, sublinha.

A estratégia de transportes aéreos para a Madeira é para manter, garante.

“Mantemos um conjunto de oferta muito estruturado. Temos um conjunto de voos charter com tradições muito antigos, voos regulares e, mais recentemente, as companhias low-cost. Este conjunto está equilibrado para a Madeira”, afirma.

O secretário regional da Economia não admite é tratar companhias de forma diferente.

“Não podemos por em causa, à custa de uma negociação, 45 parceiros que temos para este mercado. Relativamente a Portugal continental, para nós era óptimo a entrada de um outro operador porque significa pressão sobre o preço. Mas as companhias só vêm se encontrarem espaço no mercado”.

Entrada na linha que terá de seguir as regras. “Os instrumentos à disposição são os conhecidos, a política de incentivos da ANA e as campanhas que temos através da Associação de promoção, só assim é possível atrair companhias, de forma legal, para um destino e é assim que a Madeira vai continuar a trabalhar”, assegura.