Madeira

Festa dos Compadres começa hoje em Santana e marca início do Carnaval na Madeira

Foto DR
Foto DR

Na cidade de Santana, no norte da ilha da Madeira, cumpre-se a tradição e começa hoje a Festa dos Compadres, um dos eventos mais populares que marca o arranque da quadra carnavalesca na Madeira.

A festa começa hoje com as críticas às comadres feitas pelos compadres do concelho e termina daqui a uma semana (dia 23) com as mulheres a “vingarem-se” dos comentários dos homens, sendo tradição confecionar um boneco gigante representativo para esta espécie de “guerra dos sexos”.

Esta é uma festa popular típica que decorre há sensivelmente 50 anos, sendo considerada por alguns como uma “importação” de um evento idêntico que acontecia no arquipélago dos Açores, mas que se vem afirmando como um dos cartazes daquela localidade.

Marcada pela ironia e o sarcasmo, o primeiro desfile dos compadres pelas artérias da vila aconteceu na década de 60, e são chamados para as disputas dos compadres os assuntos sociais, regionais e até locais, com referência a figuras conhecidas, servindo tudo de pretexto para o diálogo, desenvolvido sob a máxima de que “é Carnaval e ninguém leva a mal”.

Milhares de pessoas, entre residentes e turistas, convergem no próximo fim de semana para o concelho por causa da Festa dos Compadres, o que contribui para dinamizar também o comércio e o turismo local.

A Câmara Municipal de Santana, que tem vindo a apostar em tornar este programa num dos cartazes turísticos da localidade, licenciou este ano cerca de 30 barracas de comes e bebes para animar a festa.

Musica variada, cortejos para as crianças das escolas do concelho, um ‘baile comadre’ para o qual as pessoas foram instadas a usar trajes rurais, uma homenagem ao agricultor, um cortejo folião e outro etnográfico são alguns dos elementos previsto neste programa.

O ponto alto é, no próximo domingo, o julgamento no ‘tribunal’ no centro da cidade, seguido da sentença dos compadres, que conta com a participação do conhecido humorista madeirense Compadre Jodé, onde a sátira é uma constante para abordar os temas mais polémicos da atualidade política e social da região e do país.

O julgamento termina com a queima dos dois bonecos gigantes.