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Tóquio apoia decisão dos EUA de declarar Coreia do Norte “patrocinador do terrorismo”

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O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou hoje que o seu Governo apoia a decisão dos Estados Unidos de voltar a inscrever a Coreia do Norte na sua ‘lista negra’ de países “patrocinadores do terrorismo”.

“Celebro e apoio [a decisão] porque eleva a pressão sobre a Coreia do Norte”, afirmou Abe, em declarações aos jornalistas, à sua chegada a Kantei, a residência do chefe de Governo japonês, horas depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado a medida.

A reinscrição de Pyongyang na ‘lista negra’ de Estados que apoiam o terrorismo vai ser acompanhada por novas sanções unilaterais por parte de Washington com o objetivo de continuar a pressionar Pyongyang a pôr termo ao programa nuclear.

A Austrália também já saudou o anúncio de Washington. “Acolhemos fortemente a decisão que reflete a determinação da comunidade internacional para que a Coreia do Norte volte a ser sensata”, disse o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, sublinhando que Pyongyang “ameaça a estabilidade” da região com as suas armas nucleares.

A decisão de voltar a pôr a Coreia do Norte na lista de Estados que apoiam o terrorismo foi anunciada na segunda-feira pelo Presidente norte-americano. “Além de ameaçar o mundo com a devastação nuclear, a Coreia do Norte apoiou de forma repetida atos de terrorismo internacional, incluindo assassínios em territórios estrangeiro”, sustentou Donald Trump.

Em fevereiro, a Coreia do Sul pediu aos Estados Unidos que voltassem a incluir Pyongyang na ‘lista negra’ devido ao assassínio, ocorrido na Malásia, de Kim Jong-nam, irmão mais velho do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un.

A concretizar-se este anúncio de Trump, o regime norte-coreano junta-se a uma lista que já inclui outros inimigos dos Estados Unidos: o Irão, a Síria e o Sudão, ainda que, recentemente, este país tenha vindo a regressar às boas graças de Washington.

Pyongyang já esteve nesta ‘lista negra’, de 1988 a 2008, devido ao alegado envolvimento num atentado à bomba contra um avião comercial sul-coreano em 1987, que fez 115 mortos.

A administração do então Presidente George W. Bush retirou a Coreia do Norte da lista para facilitar negociações sobre o programa nuclear norte-coreano, que acabaram por fracassar.

O Presidente norte-americano já tinha prometido tomar esta decisão durante a recente visita pela Ásia, que o levou ao Japão, Coreia do Sul e China, entre outros países, a qual visou precisamente intensificar os esforços para isolar a Coreia do Norte.

Segundo o Presidente dos Estados Unidos, esta decisão abre caminho a “novas sanções” contra “a Coreia do Norte ou contra pessoas ligadas” ao regime de Pyongyang.

Daqui a três semanas, o Departamento do Tesouro norte-americano vai anunciar uma “importante sanção” contra a Coreia do Norte, ao “mais alto nível”, afirmou Trump sem facultar mais detalhes.