Mundo

Ministros da Defesa da NATO debatem combate ao terrorismo e cooperação com UE

Reunião decorre esta quarta-feira em Bruxelas com as ameaças a sul da Europa a estarem no centro das atenções

Foto EPA/MARCIN BIELECKI
Foto EPA/MARCIN BIELECKI

O ministro português Azeredo Lopes participa hoje na reunião dos titulares da Defesa da NATO, em Bruxelas, que vai debater a cooperação entre a Aliança e a União Europeia e o combate ao terrorismo.

O combate ao terrorismo transnacional, as ameaças a sul e o aprofundamento das formas de cooperação NATO-União Europeia serão alguns dos principais temas da reunião ministerial, que decorre hoje e quinta-feira na sede a Aliança Atlântica, em Bruxelas.

Na semana passada, os ministros da Defesa de Portugal, Itália, Espanha e França (Quarteto do Sul) assumiram uma posição conjunta que fizeram chegar ao secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, com as preocupações comuns aos quatro países.

Os ministros do “Quarteto do Sul” defenderam um reforço da estratégia da Organização para o flanco sul, debateram as relações transatlânticas e o reforço das capacidades europeias de Defesa.

O aprofundamento da cooperação entre a NATO e a União Europeia será um dos temas principais em discussão. Sobre este ponto, o ministro português já defendeu que o reforço das capacidades europeias não implica uma diminuição do papel da NATO, vincando uma ideia de complementaridade entre as duas organizações sem esquecer também o papel da ONU.

Na terça-feira, o secretário-geral da NATO defendeu que depois da saída do Reino Unido da União Europeia “será mais óbvio” que a defesa e a segurança da Europa dependem da NATO e do “laço transatlântico”.

“Depois do `Brexit´ será mais óbvio do que nunca que a defesa e a segurança da Europa dependem da NATO e do laço transatlântico. Eu apoio fortemente a defesa europeia, mas não como alternativa à NATO, apenas como complementar”, afirmou Stoltenberg, que respondia a jornalistas no âmbito da preparação da cimeira de ministros da Defesa da NATO.

Quanto à cimeira de Bruxelas, na qual participará pela primeira vez o novo secretário da Defesa norte-americano, o general reformado James Mattis, Azeredo Lopes admitiu “uma certa expetativa” sobre a posição da nova administração dos EUA em relação ao futuro da NATO, considerando que aquele país representa 75 por cento das capacidades da Aliança Atlântica.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, acusou por diversas vezes a NATO de estar “obsoleta” e criticou os parceiros europeus da Aliança por não disponibilizarem verbas suficientes, para além de sugerir que poderia reduzir o apoio norte-americano ao bloco transatlântico.

No passado dia 6, após um contacto telefónico entre Trump e Stoltenberg, a Casa Branca divulgou que o Presidente norte-americano irá participar no encontro de líderes da NATO, em Bruxelas, no final de maio.

Segundo a Casa Branca, Trump expressou “um forte apoio à NATO” mas apelou para uma maior contribuição dos europeus.

Na quinta-feira, após o final da cimeira de ministros da Defesa, está também prevista uma reunião da coligação internacional de combate ao grupo terrorista Estado Islâmico organizada pelos EUA, na sede da NATO, na qual Azeredo Lopes participará.